Mercado português de media e entretenimento gera receitas superiores a 4,8 mil milhões de dólares em 2010
De acordo com o relatório anual “Global Entertainment and Media Outlook: 2010-2014” da PricewaterhouseCoopers (PwC), a indústria de media e entretenimento em Portugal deverá crescer a uma taxa anual acumulada (GAGR - compound annual growth rate) de 5,9 por cento, atingindo os 6,3 mil milhões de dólares em 2014.
Para este ano, o relatório estima que o mercado nacional venha a gerar receitas superiores a 4,8 mil milhões de dólares, o que denota uma ligeira recuperação do mercado face a 2009.
O crescimento do mercado português até 2014 deverá ser superior à média da região EMEA (4,6%), aumento este que fica a dever-se sobretudo ao mercado de acesso à Internet, o qual deverá progredir à taxa anual acumulada de 12,2 por cento, alcançando os 1.723 milhões de dólares em 2014.
O relatório estima também que os gastos dos consumidores e dos utilizadores finais de canais de televisão, jogos de vídeo, jornais, revistas, rádio e cinema, entre outros, (excluindo o acesso à Internet) atinjam os 3.388 milhões de dólares dentro dos próximos cinco anos, crescendo a uma taxa CAGR de 5,7 por cento.
No caso das receitas publicitárias, a PwC prevê uma estagnação deste mercado em Portugal até 2014, alcançando nesse ano receitas na ordem dos 1.195 milhões de dólares.
Até finais de 2011, com os avanços na tecnologia, os dispositivos móveis e multifuncionais serão a maior plataforma de consumo. Os telemóveis estão a ser usados de novas formas e o número de downloads através destes dispositivos tem aumentado significativamente. A capacidade de consumir e interagir com os conteúdos em qualquer lugar, a qualquer hora e de partilhar e discutir essa experiência com outras pessoas, através das redes sociais, tornar-se-ão cada vez mais uma parte integrante da vida das pessoas.
O uso da Internet é actualmente uma das maiores experiências de unificação para os consumidores em todas as partes do mundo e as expectativas de interactividade e de acesso aos conteúdos na Internet continuarão a expandir-se no consumo, em todos os segmentos. Da mesma forma, cada vez mais pessoas consomem revistas, jornais e música através da Internet.
A fragmentação em curso significa que as ofertas de media terão uma maior participação e envolvimento do consumidor. Os consumidores estão mais dispostos a pagar por conteúdos, quando estes estão ligados aos conceitos de flexibilidade, conveniência, personalização e/ou experiência diferenciada.
A migração digital e as mudanças no comportamento dos consumidores estão a colocar uma enorme pressão nos modelos de negócio actuais, o que tem levado toda a indústria a repensar radicalmente a sua abordagem. Inevitavelmente, cada empresa está a procurar posicionar-se no novo mundo digital. A parceria com outras organizações é, por isso, fundamental na criação de conteúdos comerciais relevantes, à medida que se partilham os custos e os riscos.
Seja qual for a parceria ou colaboração, o relatório da PwC aponta sete factores críticos para a operação com sucesso na nova cadeia de valor, nomeadamente a flexibilidade estratégica, o forte compromisso com o cliente através de todo o processo de consumo, as economias de escala, a rapidez na tomada de decisões e na execução, sem ter medo de experimentar e falhar, a agilidade na gestão de talentos, a capacidade para rentabilizar a marca em todas as plataformas e a elevada capacidade de estruturação de parcerias bem como a identificação correcta de processos de Fusões & Aquisições e consequente fase de integração.