De acordo com o mais recente estudo European Capital Markets, realizado pela consultora CB Richard Ellis (CBRE), estima-se que o investimento no imobiliário comercial europeu em 2010 supere os 100 mil milhões de euros, representando um acréscimo significativo relativamente aos 73 mil milhões de euros registados em 2009.

Este ano, as tendências do mercado imobiliário na Europa têm sido cada vez mais positivas, ainda que muito confinadas ao segmento prime do mercado, com a subida dos indicadores de confiança das entidades financeiras, a recuperação de valor e o aumento da procura por parte dos investidores a contribuírem para impulsionar os volumes e dimensão das transacções.

De acordo com o estudo, a recuperação do mercado de financiamento é manifesta. Embora as condições de financiamento tenham sofrido poucas alterações, há sinais de maior confiança por parte das instituições de crédito. Estes sinais incluem o aumento de disponibilidade para financiamento ao desenvolvimento e a oferta de financiamento intercalar (mezzanine) a preços mais atractivos. Esta última é especialmente importante, na medida em que reflecte uma tendência que está a crescer, fruto do interesse dos investidores, bem como das entidades financeiras, em oportunidades no imobiliário secundário com valor acrescentado e melhor qualidade. Como o financiamento da dívida sénior se mantém conservador, os compradores mais oportunistas procurarão financiar-se recorrendo a uma combinação entre dívida sénior e intercalar.

Embora a CBRE preveja que o valor das transacções no mercado de investimento da Europa em 2010 sejam superiores a 100 mil milhões de euros, o resultado efectivo dependerá bastante do aumento do investimento em imobiliário oportunístico e com valor acrescentado. Até à data, o Reino Unido e progressivamente a França têm sido os dois mercados a registar expansão na procura de investimento nestes segmentos. Porém, começam a notar-se os primeiros sinais de que outros mercados principais da Europa Ocidental também atraem mais compradores oportunísticos. Alemanha, Polónia e Espanha perspectivam-se como o próximo grupo de mercados onde a recuperação da actividade de investimento no segmento de valor acrescentado deverá ocorrer no final deste ano, princípio do próximo.