A Fnac confirmou no primeiro trimestre a melhoria já observada na segunda metade de 2009, com o seu volume de negócios a crescer 1,6 por cento em termos comparáveis e 2,4 por cento em termos reais, comparativamente com os primeiros três meses do ano anterior, para os 982 milhões de euros, revelam os resultados publicados recentemente pelo Grupo PPR.
A nível internacional, a Fnac registou uma nova progressão do seu volume de negócios, de 6,3 por cento em termos comparáveis. Destaca-se o crescimento de 11 por cento no mercado português e de seis por cento em Espanha, com significativos ganhos de quota de mercado.
Em França, a actividade da insígnia manteve-se praticamente estável (-0,6%), com as vendas online a progredir fortemente (+15%). A dinâmica comercial do seu site beneficiou plenamente do lançamento do projecto Market Place, cujo âmbito de actividade foi alargado em meados de Fevereiro a certos produtos técnicos. No Brasil, o crescimento da insígnia chegou também aos dois dígitos (10%), enquanto na Bélgica, Itália e Suíça as vendas mostraram-se estáveis, indiciando um bom começo de ano. Os novos sites baseados na plataforma Fnac.com conheceram igualmente um bom início em Itália e Espanha.
Também a Conforama teve um primeiro trimestre bastante favorável. Globalmente, a insígnia realizou nestes primeiros três meses os melhores resultados dos últimos dois anos. O volume de negócios cresceu 2,6 por cento numa base comparável e 2,9 por cento em termos reais, para os 730 milhões de euros.
Em França, a actividade progrediu três por cento, com todas as categorias de produtos a ganharem quota de mercado neste primeiro trimestre, particularmente o mobiliário. As vendas online também estão em crescimento, tendo subido 46 por cento.
A nível internacional, o volume de negócios da Conforama cresceu 2,3 por cento, destacando-se a subida de nove por cento na Península Ibérica e de 13 por cento na Suíça. Em Itália, a actividade baixou 11 por cento afectada pelo encerramento de quatro lojas em 2009.
Face a estes resultados francamente positivos, os analistas contactados pela agência Reuters, citada pelo jornal Les Echos, acreditam que se poderá acelerar a tão falada venda da Fnac, Conforama e Redcats e o recentramento estratégico do Grupo PPR no segmento do luxo e “lifestyle”. Jean-François Palus, director financeiro do grupo francês, assegura contudo que, apesar do PPR estar em contacto com potenciais compradores, as dificuldades no acesso ao crédito mantém-se como um obstáculo à concretização do negócio.
De acordo com a Reuters, já existem no entanto alguns potenciais compradores. No caso da Fnac, apontam-se os nomes da americana Best Buy e da britânica DSG International. A família Mulliez, proprietária do Auchan e de insígnias de distribuição concorrentes, como a Boulanger ou a Cultura, também é citada.
Para a Conforama, para além dos fundos de “private equity”, é evocado o nome da IKEA. A cadeia também pode interessar ao Grupo Adeo, detentor das insígnias Leroy Merlin e AKI.
A Redcats, por sua vez, é segundo a Reuters o activo mais difícil de vender, tendo em conta as dificuldades colocadas pela concorrência dos “pure players” de Intenet. No entanto, fala-se do grupo alemão Otto, que detém 50 por cento do concorrente 3 Suisses International.