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“Portugueses pagam 2.500 milhões para terem lojas fechadas ao domingo”
2010-03-31

Se as grandes superfícies não estivessem inibidas de abrir aos domingos e feriados à tarde, o Produto Interno Bruto Português (PIB) beneficiaria, num horizonte de dez anos, de 2.500 milhões de euros. “São, portanto, 2.500 milhões de euros que os portugueses pagam para ter as lojas fechadas”, argumentou Luís Vicente Dias, presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), esta terça-feira, dia 30 de Março, na apresentação do 1.º Barómetro de Vendas 2009 da APED.

Apoiando-se nos resultados de um estudo efectuado pela Roland Berger para a associação, Luís Vicente Dias avançou que a abertura das grandes superfícies ao domingo e feriados de tarde significaria a criação de cerca de cinco mil novos postos de trabalho directos e indirectos só no primeiro ano. Segundo contas da APED, na próxima década, caso a medida entrasse em vigor, seriam criados oito mil postos de trabalho. Quanto ao impacto macroeconómico, a abertura das grandes superfícies variaria entre 2.300 milhões a 2.700 milhões de euros até 2017, com maior impacto no ramo não alimentar, cerca de 1.487 milhões de euros.

A associação mantém assim a liberalização dos horários “no topo das prioridades”. Luís Vicente Dias não poupou críticas ao Governo e aos partidos da oposição, sustentando que “não faz sentido manter uma medida que tem um carácter reaccionário e que vai contra os desejos dos consumidores portugueses. “Há um complexo de conservadorismo exacerbado que, independentemente da cor política, teima em não resolver este problema”. Quanto à possibilidade levantada por alguns partidos políticos, nomeadamente o Bloco de Esquerda e CDU, para que o comércio encerre totalmente ao domingo, o presidente da APED considera que uma medida dessas não se justificaria de forma alguma no século XXI, sobretudo com os graves problemas de desemprego que o país atravessa. “Esses partidos representam seis e nove por cento dos votos. Do lado dos consumidores, cerca de 70 por cento são da opinião que o comércio deve estar aberto aos domingos e feriados à tarde. Em democracia, deve ser a maioria a decidir”.

Comentando o recente esclarecimento da Procuradoria-Geral da República, que veio permitir a abertura de 80 lojas aos domingos, o presidente da APED acredita que, por um lado, “foi dado um pequeno passo no sentido dos cidadãos poderem comprar onde e quando quiserem” mas, por outro, “criou-se um novo foco de discriminação para os formatos que não podem abrir ao domingo e de distorção da concorrência”.

O porta-voz da APED fez questão de frisar que esta medida não afecta apenas os hipermercados, como normalmente se generaliza, mas muitas das insígnias não alimentares a operar no país, dando como exemplos a Worten, a IKEA ou o El Corte Inglés. Luís Vicente Dias sublinhou ainda que esta medida não veio, em nada, resolver o problema do comércio tradicional, destacando que o retalho moderno é “contribuinte líquido da sua modernização” dado que, por cada metro quadrado inaugurado, é paga uma taxa suplementar que contribui para os fundos de modernização do comércio.

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L.Branca/PAE

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