Pequenos domésticos e entretenimento são dos mercados que mais cresceram em vendas
Os pequenos domésticos, os produtos de entretenimento e os medicamentos não sujeitos a receita médica (MNSRM) são dos mercados que mais cresceram em vendas, no comércio moderno e tradicional, segundo o 1.º Barómetro de Vendas 2009 da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), apresentado esta terça-feira, dia 30 de Março, em Lisboa.
Face ao ano anterior, estes três sectores registaram acréscimos de seis, sete e oito por cento respectivamente, uma subida que contrasta com o mercado total de produtos não alimentares, que caiu quatro por cento. A contribuir para esta descida, estiveram sobretudo as telecomunicações (-12%), os bens de equipamento (-9%), a electrónica de consumo (-7%) e a informática (-17%). As vendas de vestuário desceram três por cento e as de papelaria recuaram dois por cento.
No mercado de retalho alimentar, registou-se um aumento de por cento das vendas. De acordo com a APED, o desacelerar do crescimento das vendas em 2009 está directamente relacionado com a quebra registada no índice de preços dos produtos alimentares, que caiu 3,4 por cento, relativamente a 2008, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). No entender de Luís Vicente Dias, presidente da APED, o consumo dos produtos alimentares têm uma elasticidade relativamente baixa, o que explica a sua maior resistência às flutuações da economia e do poder de compra que os bens não alimentares. "Nestes, notaram-se dois fenómenos, que se repecutiram directamente na queda de quatro por cento, em primeiro lugar, o adiamento das compras de bens de equipamento para dias melhores e, por outro lado, a descida generalizada destes preços, um reflexo do desenvolvimento industrial, que permitiu novas economias, e de todas as técnicas de redução de custos em toda a cadeia de valor".
Na segmentação por canais de distribuição, a preferência dos consumidores vai para os supermercados, que lideram com uma quota de 43,8 por cento, ao passo que os hipers, discount e lojas tradicionais obtiveram perdas de quota de mercado nos produtos alimentares.
Em termos globais, o volume de vendas agregado do mercado de retalho alimentar e não alimentar caiu um por cento, para os 17.253 milhões de euros. Um valor que, na opinião de Luís Vicente Dias, comparando com as expectativas iniciais, "acabou por não ser tão negativo". Esta informação baseia-se no somatário acumulado das vendas dos diversos mercados analisados pela AC Nielsen, GfK e TNS.