A internacionalização da Modelo Continente para Angola deverá concretizar-se ainda este ano, segundo avançou à Lusa esta quarta-feira, dia 17 de Março, Paulo Azevedo, CEO das Sonae, à margem da apresentação dos resultados relativos ao ano de 2009.
Contudo, Paulo Azevedo fez questão de notar que a aposta neste mercado só se concretizará se for “bem-vinda a todos os níveis”. "Temos de ter a certeza de sermos bem vindos a todos os níveis. Obviamente que o parceiro que nos convidou [Isabel dos Santos] tem interesse, mas para uma operação dessa envergadura e abrangência é preciso que também sejamos queridos a nível político e que haja um consenso importante, porque nós não investimos de curto prazo", afirmou Paulo Azevedo.
O CEO da Sonae adiantou que o estudo de mercado sobre Angola deverá estar terminado dentro de duas semanas. Paulo Azevedo considera o mercado angolano interessante, onde a operação da Sonae seria importante para o desenvolvimento do comércio moderno e das fileiras produtivas e da logística do país. "Angola não tem logística interna e não tem praticamente produção agrícola, apesar de ter grandes condições para o fazer. Julgo que podíamos ser um grande contributo para o desenvolvimento de Angola e temos vontade de o ser", sustentou.
Questionado sobre o modelo de negócio a adoptar em Angola, Paulo Azevedo afirmou ter abertura de espírito para qualquer modelo, desde que coerente. "Estamos abertos a todos os estilos de investimento, inclusive franquias. Se houver um 'player' podemos estar disponíveis para outros papéis que não ser o operador e o controlador. Podemos ser só quem vende 'know how' e serviços, estamos abertos a franquias, parcerias técnicas ou posições minoritárias".
Em relação ao retalho especializado, onde a Sonae detém cerca de uma dezena de insígnias, como a SportZone Modalfa, Zippy e Worten, Paulo Azevedo revelou estarem a ser a analisados "muitos mercados".