O Banco de Portugal antecipa que este ano o rendimento disponível dos portugueses vai voltar a descer.
A confirmarem-se estas projecções, publicadas no Boletim Económico de Inverno, será o primeiro ano desde 2007 em que as famílias irão consumir mais do que os rendimentos conseguidos. “No que diz respeito ao rendimento disponível em termos reais, perspectiva-se uma redução em 2010 seguida de uma aceleração em 2011, em linha com o perfil projectado para as remunerações do trabalho”. Após crescimentos na ordem dos dois por cento em 2008 e 2009, o Banco de Portugal prevê uma quebra ainda que ligeira. No próximo ano perspectiva-se novo aumento, de novo para os níveis em redor dos dois por cento
Quanto à taxa de poupança, o Banco de Portugal espera uma quebra este ano. “Não obstante as limitações impostas pela manutenção de uma situação desfavorável no mercado de trabalho e pelo aumento progressivo das taxas de juro ao longo do horizonte de projecção, o crescimento do consumo deverá ser superior ao do rendimento disponível, implicando uma redução da taxa de poupança para níveis mais próximos dos prevalecentes em 2008”. A taxa de poupança, em percentagem do rendimento disponível, deve cair mais de um ponto percentual este ano, depois de em 2009 ter aumentado mais de dois pontos percentuais. Para 2011, é estimado um aumento ligeiro, semelhante ao ocorrido em 2008.