O vírus H1N1 poderá ser uma das principais ameaças aos lucros do retalho português no final do ano, pela sua acção na quebra das vendas e pela acumulação de stocks, conclui um estudo da empresa especialista em gestão de riscos Marsh.
Numa altura em que as empresas de retalho esperam pelas vendas associadas à campanha de Natal, fundamentais para melhorarem os seus objectivos, a Marsh considera que "irão enfrentar dificuldades superiores às de anos anteriores e um final do ano pouco promissor, dados os riscos identificados para o sector".
A empresa assinala que a aproximação prevista da nova onda pandémica de gripe A poderá levar as pessoas a evitarem grandes concentrações e a visita a espaços fechados o que, consequentemente, poderá afectar as vendas nos espaços comerciais. A imprevisibilidade do impacto do vírus H1N1, quer em número de infectados, quer em duração do pico da epidemia, poderá obrigar as pessoas a períodos de quarentena ou isolamento coincidentes com a época de promoções e saldos, gerando ainda menor procura que em anos anteriores. A Marsh antecipa ainda que os retalhistas podem esperar uma redução de potenciais compradores e o absentismo dos seus funcionários, devido ao aumento de casos de infecção com o vírus H1N1. Por cada infectado, a Marsh prevê que existam duas pessoas afectadas, dada a inexistência de redes de apoio, que leva a que, por exemplo, os trabalhadores tenham que faltar para tomarem conta das crianças em caso de doença ou suspensão de aulas.
Jaime Gato, coordenador de risk consulting da Marsh, afirma que a elaboração de um plano de contingência específico para a gripe, neste momento, já não deve ser uma prioridade para as empresas, uma vez que se está a entrar no período crítico da gripe. “Já não há tempo para a elaboração de um plano de contingência de raiz”, defende, salientando que, nesta fase, “as empresas devem focar-se nas pessoas e na sua segurança, devendo preocupar-se com uma forte comunicação simples e eficaz. Deve ser mantida uma estreita comunicação com funcionários, evitar rumores e situações de pânico. Este vírus tem sido, felizmente, pouco agressivo, mas não deixará de afectar muitas pessoas num curto espaço de tempo, pelo que também as empresas com pouco pessoal deverão tomar isso em linha de conta”.