Os volumes de investimento em imobiliário de retalho no Reino Unido e na Europa Continental nos primeiros nove meses de 2009 totalizaram aproximadamente 8,1 mil milhões de euros, um pouco mais de metade dos níveis obtidos no mesmo período de 2008 (15,6 mil milhões), de acordo com o novo estudo da Jones Lang LaSalle.

Na Europa Continental, os volumes ascenderam a 1,5 mil milhões de euros no terceiro trimestre, cerca de 25 por cento abaixo do trimestre anterior (1,9 mil milhões), enquanto que nos primeiros nove meses do ano as transacções totalizaram mais de 4,5 mil milhões, cerca de 40 por cento do total transaccionado em igual período do ano anterior (10,9 mil milhões), com a dimensão média das operações a permanecer estável nos 44 milhões de euros. No período de Janeiro a Setembro, foram concluídos mais de 100 negócios de investimento, dos quais 14 de valores superiores a 100 milhões de euros.

Tal como no primeiro trimestre, a Alemanha e a Itália foram os mercados mais activos na Europa Continental, contabilizando 63 por cento do volume transaccionado no terceiro trimestre. Dois dos maiores negócios ocorridos no Verão foram ambos realizados na Alemanha por compradores domésticos. O promotor ECE vendeu uma participação no centro comercial Thier-Gelände em Dortmund ao gestor de fundos alemão Hamburg Trust e a investidores privado) por 225 milhões de euros e o Union Investment adquiriu o centro comercial Mercado em Hamburgo à Pirelli Real Estate e a Morgan Stanley Real Estate por 164 milhões de euros. Vários negócios de menor dimensão tiveram lugar na Holanda durante o terceiro trimestre, totalizando os 145 milhões de euros com diversos investidores institucionais a disponibilizarem vários activos secundários aos investidores privados.

Em Portugal os níveis de investimento no sector de retalho têm sido muito reduzidos uma vez que não se concretizou uma única transacção de grande volume. Têm-se concretizado alguns negócios com volumes na ordem dos cinco milhões de euros, tendo a Jones Lang LaSalle estado envolvida, até Setembro, em quatro operações de retalho que representam cerca de 16 milhões de euros num total de nove mil metros quadrados. Nestas transacções, os fundos imobiliários portugueses foram os compradores de unidades “stand alone”. “Está, contudo, previsto até ao final do ano o fecho de, pelo menos, uma grande operação de investimento neste sector”, refere Pedro Lancastre, director de Capital Markets da Jones Lang LaSalle Portugal.

A proporção de investimento em centros comerciais continuou a crescer na Europa Continental durante 2009, totalizando 72 por cento do volume total entre Janeiro e Setembro, comparativamente com os 60 por cento registados no mesmo período de 2008. Esta realidade deve-se, segundo a Jones Lang LaSalle, quer à falta de stock de retail parks com qualidade quer à falta de financiamento para este tipo de produto, levando a que os volumes de investimento em retail parks tenham caído cerca de 80 por cento nos primeiros nove meses do ano, face ao período homólogo.