O retalho nacional perde cerca de 40 mil euros a cada hora devido aos furtos. A conclusão é do estudo Barómetro Anual Global de Furto no Retalho, promovido pela Checkpoint Systems e apresentando ontem, dia 12 de Novembro, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
A edição deste ano situa a taxa de perda desconhecida nos 344 milhões de euros, valor que representa 1,26 por cento das vendas totais do retalho nacional. Portugal aparece assim numa posição de destaque na análise comparativa com os restantes países, por mostrar uma taxa estabilizada e inferior à da média europeia (1,33%) e da média global (1,43%)e por ser o quinto país europeu com a taxa mais baixa.
O estudo baseou-se na monitorização dos custos do crime e da perda desconhecida no retalho mundial entre Julho de 2008 e Junho de 2009, contabilizando quase 84.165 milhões de euros em perdas, o que corresponde a um aumento de 5,9 por cento relativamente ao ano anterior. O crescimento das perdas ocorreu em todas as regiões estudadas, tendo os maiores aumentos sido registados na América do Norte (+8,1%), nos países africanos do Médio Oriente (+7,5%) e na Europa (+4,7%). Este crescimento da taxa de perda desconhecida está directamente associado ao fenómeno da recessão uma vez que, como nota Joshua Bamfield, director do Centre for Retail Research e autor do estudo, os retalhistas consideram que um terço dos roubos praticados nas lojas se devem à crise económica.
Na apresentação estiveram também os responsáveis de duas grandes cadeias do mercado retalhista português, o director de operações do grupo Jerónimo Martins, José Silva Ferreira, e o director nacional da da segurança Auchan Portugal, Silvestre Machado. Questionado sobre o impacto da crise nos valores apresentados, José Silva Ferreira negou ver qualquer ligação directa entre os furtos e a recessão, sublinhando, no entanto, que as lojas situadas em zonas mais problemáticas têm maior número de incidentes. Os dois directores estiveram em sintonia quanto às questões mais importantes da segurança no retalho, tendo saído reforçada a ideia de que este assunto, “apesar de os preocupar, não é preocupante”.
Leia o desenvolvimento na próxima edição da Rm-Revismarket.