Segundo estudo da CB Richard Ellis, apesar da descida do total de operações de investimento no sector do comércio na primeira metade de 2009, as transacções neste sector ascenderam a 35 por cento do investimento imobiliário total na Europa, face a uma média de 26 por cento nos últimos cinco anos.
A quota do sector do comércio atingida no primeiro semestre na Europa é a mais alta alguma vez registada na Europa.
Ao contrário do verificado nos últimos anos, neste último semestre, foram poucos os negócios de grandes dimensões. De facto, o valor médio por transacção caiu para os 18,4 milhões de euros no período em análise, uma descida de 59 por cento face ao valor médio de 44,4 milhões de euros no pico do mercado (primeiro semestre de 2007).
Contudo, a concretização de grandes operações no sector do comércio está a provar-se mais fácil do que em outros sectores do mercado de investimento europeu. Oito das dez maiores transacções de investimento europeu concluídas no primeiro semestre do ano verificaram-se no comércio, incluindo a maior transacção deste ano concretizada no Reino Unido, com a venda do portfólio de retalho Dawnay Day por mais de 669 milhões de euros.
A concretização de operações em espaços comerciais de grande dimensão impulsionou a quota de mercado de comércio no total de investimento europeu e aumentou a quota do sector de retalho no total dos negócios acima dos 100 milhões de euros para 56 por cento.
Mantêm-se ainda as restrições ao endividamento pelo sector bancário, dificultando a obtenção de financiamento na maioria dos mercados europeus, condicionando o tipo de propriedades para retalho adquiridos. Aliás, o reduzido número de transacções de centro comerciais reflecte esta realidade. Historicamente, os centros comerciais têm representado cerca de metade do volume total de investimento em retalho, porém, no primeiro semestre deste ano, esta percentagem caiu para 33 por cento. No entanto, verifica-se ainda que sempre que surgem no mercado espaços comerciais de elevada qualidade, surge também uma forte procura por parte dos investidores. Prova-o, por exemplo, a venda recente do centro comercial Plenilunio, em Madrid, apesar de ter sido lançado no mercado com um pacote de financiamento já garantido.
Apesar da quebra geral do investimento imobiliário em 2009, determinados países europeus registaram um crescimento do volume de investimento em comércio no primeiro semestre de 2009 face ao segundo semestre de 2008. Itália e França tiveram o maior crescimento da actividade durante esse período e foram responsáveis, respectivamente, por 14 e 11 por cento do total europeu do primeiro semestre. Proprietários ocupantes foram uma das principais fontes de produto nesses dois mercados, incrementando a actividade do sector, especialmente no tradicionalmente fechado mercado de investimento do comércio francês. O mercado inglês, também esteve muito activo com um total de transacções de 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre de 2009. Este mercado foi dominado por compradores locais, aproveitando o repocisionamento de preços que ocorrem no mercado.