As famílias portuguesas mantiveram praticamente estáveis os níveis de despesa com os produtos de grande consumo, medidos em valor, no primeiro semestre de 2009, face ao período homólogo do ano passado.

No entanto, segundo os dados da TNS, estão a comprar uma quantidade maior, pelo mesmo dinheiro. Com efeito, os lares portugueses estão a gastar o mesmo que no ano passado, em termos nominais e em valor, mas o volume comprado aumentou 2,2 por cento no período em análise.

Com a tendência de ter um maior número de momentos de consumo alimentar dentro do lar, em prejuízo do sector Horeca, a despesa das famílias com o supermercado não teve um agravamento substancial, porque existiu uma forte redução no preço de alguns dos produtos alimentares fundamentais, ajudada ainda pela oferta na distribuição moderna de um conjunto de produtos alimentares básicos a um preço menor do que em igual período do ano passado.

A TNS antecipa que, nos próximos três meses, a avaliação dos preços comprados em Fast Moving Consumer Goods (FMCG) pode até apontar para uma deflação clara sobre 2008, tendo em conta que no ano passado houve um grande aumento de preço dos cereais e de todos os produtos alimentares que estão indirectamente relacionados, resultante de grande aumento do preço do petróleo.

De acordo com os últimos dados do painel de lares TNS Worldpanel, as famílias portuguesas estão a gastar mais em produtos que reflectem realmente uma maior presença em casa e mais refeições em casa. Importa referir ainda que, para os lares que continuam empregados este ano e sobretudo para os que tiveram uma actualização salarial este ano na ordem dos 2,6 por cento, as compras de “grande consumo” até estão agora a pesar menos no orçamento familiar.