Por ocasião do 75.º aniversário da GfK, um painel de especialistas examinou o futuro dos mercados e do consumo. A descida nas taxas de nascimento, as mudanças demográficas, as alterações no poder de compra e a aceleração dos ritmos de vida foram alguns dos factores considerados na delineação de cinco cenários para o mercado de retalho, tendo como horizonte a sociedade no ano de 2020.
Segundo Reiner Klingholz, director do Instituto da População e Desenvolvimento de Berlim, a Europa vai ser o primeiro continente a deixar para trás um longo período de crescimento, o que vai ter efeitos na vida económica. As taxas de natalidade têm vindo a cair significativamente desde meados da década de 1970 e as previsões apontam para que, na metade do século, existam menos 50 milhões de europeus. Dado que a imigração vai continuar mais ou menos no mesmo ritmo, a população total será sensivelmente a de hoje, mas significativamente mais velha.
As mudanças demográficas variam muito de país para país. Enquanto as áreas de maior sucesso económico, como as capitais escandinavas, a Holanda, a Suíça e o Sul de França podem esperar um crescimento da sua população, antecipam-se quedas abruptas nas regiões da Europa Central e de Leste, incluindo na Alemanha Oriental. Dois factores contribuem para este cenário, nomeadamente a descida das taxas de natalidade e a migração europeia, que normalmente ocorre de Leste para Oeste.
Estes desenvolvimentos irão, no entender de Reiner Klingholz, afectar significativamente o consumo privado, que será menos determinado pelo número de pessoas e mais pelas suas características sócio-demográficas e atitudes. De uma maneira geral, as pessoas mais velhas têm hábitos de consumo diferentes das mais jovens.