Maioria esmagadora dos europeus pondera impacto ambiental dos produtos que compra
Quatro em cinco europeus afirmam ter em conta o impacto ambiental dos produtos que compram, revela um inquérito Eurobarómetro.
O lugar cimeiro é ocupado pela Grécia, em que, para mais de 90 por cento dos inquiridos, o impacto ambiental do produto é um critério importante da decisão de o comprar.
Sobre as reivindicações dos produtores quanto à qualidade ecológica dos seus produtos, as opiniões dividem-se por igual. 49 por cento dos europeus confiam, 48 por cento não confiam. Os neerlandeses são os mais inclinados a aceitálas (78%) e os búlgaros os menos (26%).
Para perto de metade dos inquiridos, a melhor maneira de promover uma produção ecológica consistiria em tributar mais fortemente os produtos nocivos para o ambiente e menos fortemente os produtos ecológicos. Cerca de 46 por cento dos cidadãos da União Europeia consideram que a diferenciação dos impostos sobre os produtos, penalizando os que são nocivos para o ambiente e favorecendo os ecológicos, é a melhor maneira de promover estes últimos . Os britânicos são os mais favoráveis a um sistema duplo deste tipo e os malteses os menos (28%), pronunciandose a favor apenas da redução de impostos para os produtos ecológicos.
São também muitas as vozes favoráveis a um maior papel dos retalhistas na promoção dos produtos ecológicos e à rotulagem obrigatória da pegada carbónica dos produtos. Na opinião de metade dos cidadãos da UE (49%), os retalhistas deveriam dar maior visibilidade a estes produtos ou reservar-lhes um lugar próprio nas suas lojas. Um terço (31%) considera que a melhor forma de os retalhistas promoverem os produtos ecológicos é prestarem aos consumidores uma informação de maior qualidade.
Apesar de só perto de metade dos cidadãos da UE declarar que a rotulagem ecológica tem peso nas suas opções de compra e de apenas um em dez considerar que no rótulo ecológico deveria figurar a quantidade total de emissões de gases com efeito de estufa originadas pelo produto, cerca de 72 por cento acham que deveria ser obrigatório futuramente um rótulo que indique a pegada carbónica do produto. As posições são muito diferenciadas de Estado-Membro para Estado-Membro, mostrando-se os checos os menos favoráveis (47%) a tal rótulo e os gregos os seus apoiantes mais entusiásticos (90%).
O rótulo indicaria a quantidade total de gases com efeito de estufa, dióxido de carbono incluído, emitidos durante o ciclo de vida do produto. Não há ainda a nível comunitário nenhum sistema de rotulagem da pegada carbónica, mas o Conselho de Ministros do Ambiente de Dezembro de 2008 convidou a Comissão a estudar a sua introdução.