APED "lamenta falta de visão de Marketing dos fornecedores representados na Centromarca"
A direcção da APED reagiu hoje, dia 15 de Julho, através de comunicado, às declarações da Centromarca que têm vindo a ser veiculadas nos vários meios de comunicação social, lamentando “que a falta de visão de Marketing leve os fornecedores representados na Centromarca a atacar os seus clientes de forma tão míope, tentando exportar os problemas de falta de competitividade que porventura existam dentro de casa”.
No comunicado enviado para as redacções, a APED lamenta ainda que a Centromarca “despreze o Código de Boas Práticas Comerciais”, estabelecido entre esta associação e a CIP, que a Centromarca integra, e que, “em vez de procurar resolver os eventuais problemas concretos que possam existir dentro daquele fórum”, a Centromarca prefira “lançar para o ar acusações vagas e abstractas sobre um sector sem o qual a produção não existiria”.
Esclarecendo que o principal compromisso das suas associadas é para com os consumidores, e que só perante eles respondem pela qualidade da sua oferta e dos serviços que prestam, a APED rejeita e reputa de “falsas” as acusações proferidas pela Centromarca sobre atrasos de pagamento e de concentração elevada na distribuição. “É falso que a maioria das empresas de distribuição não seja cumpridora dos compromissos assumidos com os seus fornecedores, nomeadamente com os prazos de pagamento. A própria Centromarca reconhece tal facto ao aceitar que dois terços das empresas os cumprem”.
No entender da APED, algumas empresas representadas pela Centromarca, nomeadamente multinacionais e dominantes no mercado, “ainda lidam mal com mercados abertos e formas de concorrência a que não estavam habituadas. Esta falta de cultura concorrencial caracteriza-se por tentar interferir abusivamente em duas das variáveis nucleares dos distribuidores, nomeadamente, a escolha do seu sortido e os preços de venda praticados”.
A APED nota ainda que existe em Portugal um vasto leque de empresas, formatos e lojas com estratégias, sortidos e variedade distintas e que esta diversidade de operadores “caracteriza-se pela inovação na gama e pela racionalização de custos e busca de novas soluções que procuram servir cada vez melhor os seus clientes, oferecendo produtos e preços cada vez mais atractivos”. As marcas próprias da distribuição inserem-se nesta estratégia de alargar e enriquecer as opções dos consumidores, facto que, segundo a associação, os consumidores reconhecem ao escolherem produtos de marca própria. “A Centromarca e as empresas que representa sabem perfeitamente que a situação actual em Portugal é equilibrada e que existem muitos outros países onde as marcas próprias dos distribuidores possuem quotas de mercado muito superiores”, sublinha a APED.
Apoiando-se nos dados do estudo recente da Roland Berger, a APED rejeita também que as empresas de distribuição possuam 50 por cento do mercado. O estudo indica que são necessárias cinco empresas de distribuição para ultrapassar essa quota. “Em contrapartida, em muitas categorias de produto, bastam duas empresas fornecedoras para atingir 80 por cento de quota de mercado”.