Investimento em imobiliário de retalho na Europa Continental decresce no primeiro trimestre
De acordo com o último estudo da Jones Lang LaSalle, o investimento directo em imobiliário de retalho na Europa Continental (exclui Reino Unido e Irlanda) totalizou os 980 milhões de euros, no primeiro trimestre, o que representa um decréscimo de aproximadamente 37 por cento face ao último trimestre de 2008 (1,5 mil milhões de euros).
A Europa Ocidental concentrou a esmagadora maioria do volume transaccionado, cerca de 89 por cento, devido ao facto dos investidores europeus estarem cada vez mais focados nos seus mercados domésticos. A Jones Lang LaSalle revela mesmo que a proporção de investimento doméstico no total do volume transaccionado, no âmbito dos imóveis de retalho na Europa Continental, cresceu de um terço em 2008 para mais de metade no primeiro trimestre de 2009. “Os investidores continuam a adoptar estratégias de ‘esperar para ver’ na Europa Continental e a maioria dos mercados assistiu a uma queda dos preços no primeiro trimestre do ano. Ao mesmo tempo, o elevado custo e limitado acesso ao crédito continuam a condicionar a liquidez do mercado, particularmente no que respeita as operações de maior dimensão. Existe, de facto, procura para produto prime nas melhores localizações e as baixas taxas de disponibilidade de espaços em muitos dos principais projectos proporcionam os retornos seguros e de longoprazo que os investidores procuram”, explica Jeremy Eddy, director do European Retail Capital Markets da Jones Lang LaSalle. “Esperamos que as transacções possam aumentar à medida que o ano avance e as expectativas dos compradores e dos vendedores registem maior convergência e o mercado se desloque para o seu valor justo. Os dois principais motores desta realidade serão o ajustamento em baixa das avaliações e o regresso, ainda que limitado, da liquidez ao sector bancário”.
A Itália e a Alemanha foram os mercados mais activos na Europa Continental, contabilizando, respectivamente, 31 e 28 por cento do total do volume negociado. Na Itália, foram concluídos dois negócios de valor superior a 100 milhões de euros, as vendas do Barberino Designer Outlet e do shopping Centro Rondo, em Monza. A Alemanha, por seu turno, foi o mercado mais dinâmico em termos do número de negócios, num total de nove operações concluídas no trimestre. O investimento na Europa Central e de Leste foi bastante reduzido, devido, em parte, à escassez de investidores domésticos nesses mercados.
Os centros comerciais foram o principal alvo dos investidores, mas concentraram pouco mais de um terço do volume total transaccionado, comparado com os 55 por cento observados em 2008 e reflectindo a escassez de produto prime no mercado e a dificuldade em angariar financiamento para realizar as operações de maior dimensão. Ainda assim, os centros comerciais bem estruturados em termos de localização, escala, tenant mix e qualidade mantêm-se como um produto de retalho preferencial para os investidores em 2009. Os Factory Outlets, com cerca de 26 por cento dos volumes transaccionados, foram também um alvo importante no primeiro trimestre, à medida que a Henderson e a Neinver consolidaram os seus portfólios deste formato.
A título comparativo, no Reino Unido, os volumes de transacção de imóveis de retalho totalizaram, no primeiro trimestre, os 1,3 mil milhões de euros, mais 54 por cento do que no quarto trimestre de 2008, ainda que a venda de 50 por cento da posição no centro comercial Meadowhall tenha contabilizado cerca de 48 por cento deste volume. O interesse dos investidores no mercado do Reino Unido tem vindo a aumentar, em resultado de um movimento acentuado de crescimento nas yields, mas este ajustamento de preços não reflecte a preocupação corrente com o crescimento das taxas de disponibilidade, que se verificam também nas localizações prime.