Portugueses não acreditam que Passos Coelho tenha condições para continuar a governar
De acordo com uma sondagem efectuada pela Marktest, os portugueses não acreditam que o primeiro-ministro tenha condições para continuar a governar e são de opinião que o Presidente da República deveria intervir de uma forma mais activa face à situação que o país atravessa.
A sondagem, efectuada entre os dias 17 e 20 de Setembro, revela que são sobretudo as portuguesas (59%), os mais jovens (60%) e os residentes no Grande Porto (64%) e Litoral Centro (60%) aqueles que mais consideram que Passos Coelho não tem condições para continuar a governar Portugal.
A quase totalidade dos portugueses inquiridos (87%), independentemente dos segmentos a que pertencem, considera também que o Presidente da República deveria intervir de uma forma mais activa na situação política actual do país, nomeadamente junto do primeiro-ministro, para alterar algumas das medidas anunciadas (70%). São os indivíduos das classes mais elevadas que mais partilham desta opinião (77%), a par dos inquiridos com 35/44 anos (85%).
Por outro lado, cerca de 22 por cento dos portugueses é da opinião de que se deveria formar um novo Governo, ou por via da demissão do actual e formar-se um novo de salvação nacional (14%) ou através da dissolução da actual Assembleia da República e convocação de eleições antecipadas (8%). São sobretudo os inquiridos pertencentes à classe média aqueles que mais consideram a hipótese de um novo Governo (27%), ou de salvação nacional (19%) ou através de eleições antecipadas (8%).
A sondagem da Marktest mostra ainda que a maioria dos portugueses (66%) considera que as medidas de austeridade anunciadas recentemente pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças, Vitor Gaspar, a serem aplicadas, não irão afectar de igual forma todos os cidadãos. Destacam-se sobretudo os mais jovens (73%) e os das classes altas (82%). Além disso, cerca de nove em cada dez portugueses é da opinião que o primeiro-ministro e o Governo deveriam reflectir e voltar atrás com as últimas medidas anunciadas. Os portugueses pertencentes às classes mais elevadas (93%) são os inquiridos que mais defendem esta posição.
60 por cento dos portugueses concorda ainda com a tomada de posição do líder do PS, António José Seguro, que caso o Governo não retroceda nas medidas de austeridade anunciadas recentemente, chumbaria o próximo Orçamento de Estado e apresentaria uma moção de censura. Os mais novos (66%) e os residentes na Grande Lisboa (66%) e Grande Porto (69%) são os portugueses que mais concordam com a proposta de António José Seguro. Por sua vez, os residentes no Interior Norte (53%) são os que mais discordam dessa tomada de posição do PS.