O défice orçamental português irá passar de 2,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), em 2008, para oito por cento, este ano e em 2010, subindo para um novo recorde de 8,7 por cento em 2011, segundo as Previsões de Outono, divulgadas hoje, dia 3 de Novembro, pela Comissão Europeia.

Bruxelas acredita que o panorama das finanças públicas portuguesas está a ser “afectado pela queda na actividade económica” que, este ano, deverá recuar 2,9 por cento, aumentando uns ligeiros 0,3 por cento em 2010 e um por cento em 2011. As novas previsões macroeconómicas de Bruxelas são mais favoráveis do que as anteriores, mas mantêm Portugal no grupo de países em que a retoma terá mais dificuldade em instalar-se.

Este novo cenário relativamente ao défice é, no entanto, mais pessimista do que o apresentado em Maio, quando a Comissão Europeia previa um défice de 6,5 por cento neste ano e de 6,7 por cento em 2010. As previsões de Bruxelas são substancialmente superiores às do Governo que, para já, antecipa um défice de 5,9 por cento do PIB em 2009.

Quanto à taxa de desemprego, é esperado que esta se situe nos nove por cento em 2009, ficando inalterada no ano que vem, valores que foram revistos em baixa em relação aos números avançados pela Comissão Europeia em Abril, altura em que era esperado um desemprego de 9,1 por cento em 2009, subindo para 9,8 por cento em 2010. Estes valores são inferiores à previsão média para a Zona Euro, que deverá registar uma taxa de desemprego de 9,5 por cento em 2009 e de 10,3 por cento em 2010.