União Europeia opta por criar um novo sistema de etiquetagem para electrodomésticos e televisões
Os 27 Estados-membros da União Europeia apoiaram, no passado dia 31 de Março, as novas normas para melhorar a eficiência energética dos electrodomésticos e televisores, incluindo um novo sistema de etiquetagem energética.
A Comissão Europeia espera que a medida permita reduzir, até 2020, o consumo de electricidade em 51 terawatts por hora, o equivalente ao consumo combinado anual de Portugal e da Letónia.
Segundo o comissário europeu da Energia, Andris Pielbag, o pacote de medidas de eco design e etiquetagem energética é uma contribuição crucial para atingir os objectivos de eficiência energética. “Estou particularmente satisfeito com o novo sistema de etiquetagem, que é muito mais claro para os consumidores, acelera a corrida para produtos mais eficientes e potencia a transformação do mercado e a poupança de energia”.
A nova etiqueta energética irá informar os consumidores da actual performance do equipamento e permitir comparações antes da compra. As medidas propostas para a nova etiqueta energética, aplicável também às televisões, apoiam-se na classificação de A a G, que é complementada com novas classes dinâmicas “acima de A”. Segundo a Comissão Europeia, o novo formato permite aos consumidores avaliarem e aos fabricantes demonstrarem, de forma imediata, o quanto um produto “melhor que A” realmente o é. Por exemplo, a classe “A-20%” significa que o produto consome 20 por cento menos energia que um modelo “A”.
Em princípio, a classe energética de um modelo particular já colocado no mercado permanece na mesma. Para os equipamentos de frio, haverá uma transição de “A+” para “A-20%” e de “A++” para “A-40%”.
No âmbito das propostas de eco design, os televisores e os electrodomésticos não poderão consumir mais que uma certa quantidade de energia. Neste sentido, os equipamentos de frio e as máquinas de lavar a roupa e loiça classe “A” serão retirados do mercado em 2012 e 2013, respectivamente.
O CECED já manifestou o seu agrado pela solução proposta pela Comissão Europeia que, no seu entender, não provoca distorções no mercado, nem a confusão dos consumidores. Por outro lado, o facto da Comissão Europeia ter já identificado as datas de retirada do mercado dos equipamentos classe “A” indica, na opinão de Luigi Meli, director geral do CECED, o quanto é urgente um novo layout de etiqueta energética. “A nova etiqueta é uma solução vencedora para todas as partes. Oferece aos consumidores transparência nos níveis de eficiência que se podem conseguir ao comparar os equipamentos e a oportunidade para a indústria continuar a trabalhar em prol de ainda maiores poupanças energéticas e da inovação”.
A nova etiqueta energética será aplicável a televisores, equipamentos de frio e máquinas de lavar a loiça e roupa. Da poupança de 51 terawatts por hora esperada, 43 terawatts virão dos televisores, seis terawatts dos equipamentos de frio e dois terawatts das máquinas de lavar. Para as quatro categorias de produto, a etiqueta será acompanhada de regulações de eco design, que fixam o nível mínimo de energia que têm de cumprir para poderem ser colocados no mercado.