A GD Midea é, segundo a Euromonitor, o segundo maior fabricante mundial de electrodomésticos, apesar da presença relativamente modesta fora da China, o seu mercado doméstico, onde construiu uma posição sólida, não obstante a oposição do seu concorrente mais directo, a Haier. Contudo, com o mercado chinês a dar mostras de abrandamento, coincidindo com o fim dos programas de subsidiação do governo, a GD Midea olha agora com atenção redobrada para o exterior, não querendo arriscar-se a ser um “player” mono-mercado. Alguns passos já foram dados, sobretudo na direcção da Índia e da América do Sul, através de “joint-ventures” na área do tratamento do ar.
A GD Midea tem um objectivo muito claro: ser um “player” internacional, com uma estratégia multi-marca e uma presença baseada em categorias .Mesmo assim, a Midea é única com uma presença significativa fora do mercado chinês, não obstante o grupo deter mais de dez marcas e 19 filiais no estrangeiro, incluindo seis a nível europeu, nomeadamente Rússia, França, Itália, Espanha, Alemanha e Holanda. A empresa está activamente empenhada na globalização das suas operações, com a abertura de unidades de operação no Vietname, Bielorrússia e Egipto. Actualmente, é uma das maiores empresas mundiais ao nível da produção de equipamentos de ar condicionado, de frigoríficos e congeladores, máquinas de lavar a roupa e a loiça, fogões, fornos, microondas e aspiradores, entre outros pequenos domésticos.
O exemplo da Haier
A Midea partilha com a Haier o mercado de origem, onde têm disputado a liderança “taco a taco”. Mas, enquanto a Midea ainda tem pouca expressão fora da China, a Haier tem vindo a conquistar reconhecimento internacional. Em 2011, a Euromonitor elegeu-a como a primeira marca mundial de grandes domésticos e um ano antes a revista Newsweek já a tinha destacado como uma das dez empresas mais inovadoras do mundo.
A Haier tem unidades de produção, centros de I&D e filiais comerciais em 165 países, 30 dos quais europeus. A Europa é, de resto, estratégica para a empresa chinesa, que quer entrar no top 5 dos fabricantes de electrodomésticos antes de 2014, desafiando, para isso, marcas como a Bosch, Siemens, LG, Samsung e Whirlpool.
Tal como a GD Midea, a Haier também tem apostado nas aquisições para dinamizar o seu crescimento internacional. No ano passado, comprou à Panasonic o negócio de frigoríficos e máquinas de lavar a roupa da Sanyo no Japão, assim como os seus negócios de roupa, frigoríficos e electrodomésticos na Indonésia, Malásia, Filipinas e Vietname. Agora, adquiriu a Fisher & Paykel, líder dos mercados australiano e neo-zelandês, por 762 milhões de dólares, para reforçar a sua imagem de qualidade e inovação e ultrapassar o estigma da pouca qualidade normalmente associado aos produtos chineses.
Leia mais sobre a estratégia das marcas chinesas no artigo publicado na última edição impressa da Revismarket, que agora lhe disponibilizamos online.