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Consumidores europeus não esperam uma rápida recuperação económica
2012-10-19

Durante os meses de Verão, a União Europeia debateu-se com novas fontes de incerteza. Por um lado, as taxas de juro sobre os títulos de dívida pública espanhola e italiana dispararam. Por outro, não foi claro, durante algum tempo, se a Alemanha iria deixar o fundo de resgate associado ao Mecanismo de Estabilidade Europeu, devido a uma quexa no Tribunal Constitucional Federal. E, além disso, muitos países europeus continuavam a caminhar na direcção da recessão. Neste sentido, os consumidores reagiram com igual incerteza. Os indicadores para as expectativas económicas e de rendimentos, assim como a propensão para o consumo, caíram consideravelmente em quase todos os países incluídos no estudo "Consumer Climate Europe and USA" da GfK.

Nos Estados Unidos não se está ainda na estrada do crescimento. As estatísticas económicas flutuam mês a mês, com o desemprego a manter-se como o problema mais sério, situado agora nos oito por cento. Esta taxa é mais baixa do que a verificada no início do ano, mas muitos norte-americanos, sobretudo numa faixa etária superior, já desistiram de procurar emprego. Os peritos antecipam que a economia americana vá crescer entre 2,5 e três por cento no próximo ano, mas isto ainda não é suficiente para injectar uma nova dinâmica no mercado de emprego.

Contudo, contrariamente ao que as estatísticas económicas mostram, os consumidores americanos estão cada vez mais confiantes. Os três indicadores têm vindo a subir nos últimos três meses e, nos 33 pontos em Setembro, as expectativas económicas atingiram mesmo o valor mais elevado desde que o índice foi lançado em Março de 2011.

Na Europa, apesar da situação económica geral na maioria dos países não ter piorado no Verão, a verdade é que também não se observaram sinais de melhoria. O desemprego aumentou uma vez mais em quase todos os países e está agora nos 11 por cento. Os governos continuam a tentar manter os défices sob controlo, através de medidas de austeridade cada vez mais rígidas, incluindo continuados aumentos de impostos. Nos países em crise, isto está a elevar os protestos dos cidadãos. Muitos consumidores não conseguem mais suportar grande parte das medidas e não estão dispostos a aceitá-las sem a certeza que irão melhorar a sua situação.

Esta nova escalada da crise está a influenciar fortemente as expectativas económicas dos consumidores europeus. Em Setembro, os valores mais baixos deste indicador foram registados na República Checa (-59,8), em Portugal (-57,1) e em Espanha (-52), enquanto que a Alemanha (-17,3), a Roménia (-20,4) e o Reino Unido (-28,8) têm as melhores posições. A recessão na Zona Euro está a levar os alemães a recear que o país também venha a ser afectado. Apesar de ser dos melhores, o indicador caiu dos três pontos observados em Junho para -17,3 pontos em Setembro. Até agora, a economia alemã tem mostrado resistência, mas o crescimento desacelerou no segundo trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) alemão cresceu apenas 0,3 por cento e a fraqueza algumas economias europeias reflectiu-se ainda na redução das exportações.

A Itália também se está a debater com as consequências da crise financeira. O PIB italiano deverá cair 2,4 por cento este ano e o desemprego está actualmente nos 10,6 por cento, com previsões para crescer para mais de 12 por cento. Não obstante, os italianos acreditam que vão haver algumas melhorias na economia nos próximos meses. Esta esperança tem um nome, Mario Monti, o novo primeiro-ministro, que ajudou a melhorar a reputação dos políticos do país. E, ao assegurar-se que as reformas necessárias eram implementadas, restaurou a confiança dos mercados financeiros em Itália.

Em França, a economia também está a ressentir-se das consequências da crise. Pela terceira vez conscutiva, o PIB não cresceu. Situado nos 11 por cento, o desemprego está alto mesmo para os standards franceses e em Agosto foi ultrapassada a barreira psicológica de três milhões de desempregados. O governo está a implementar diferentes medidas para incentivar o consumo, mas os franceses não estão muito crentes.

As expectativas de rendimentos dos europeus também caíram consideravelmente. Os valores mais baixos foram expressados pelos consumidores em Itália (-65), em Espanha (-58,4) e na Grécia (-57). Já os valores mais altos foram registados na Alemanha (23,9), Áustria (-12,2) e Roménia (-14-1). Os consumidores portugueses estão convencidos que a sua situação não vai melhorar no futuro próximo. As expectativas de renddimento caíram dos -33,7 pontos em Junho para -55,4 pontos em Setembro.

Tal como o índice anterior, a propensão para o consumo também caiu. Excepção feita para a Alemanha, Bulgária e Polónia. Os valores mais baixos foram registados em Itália (-51,5), Portugal (-45,8) e Grécia (-44-4).

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L.Branca/PAE

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