As empresas devem apostar na digitalização para sobreviver; simplicidade e comunicação em tempo real para os consumidores
As casas e os carros estão a ser computarizados, os sensores e a Internet of Things – internet das coisas – ganham dimensão, os algoritmos, a automatização e a robótica tornam-se habituais no quotidiano, ou seja, o futuro será cada vez mais tecnológico. Estas são algumas das conclusões retiradas do Mobile Edge, o encontro organizado pela tecnológica portuguesa BOLD que juntou em Lisboa especialistas portugueses e estrangeiros e uma audiência de cem pessoas, na passada quinta-feira dia 12, para dar a conhecer diferentes tecnologias e novos paradigmas aplicados ao digital.
Na era da mobilidade, as empresas devem apostar na digitalização para sobreviverem; e os consumidores querem serviços móveis simples, rápidos, com dados, informação e comunicação em tempo real.
A mudança de paradigma no setor tecnológico exigiu às empresas que facilitassem o dia-a-dia dos consumidores, simplificando-o, assim como implicou a adaptação para o multicanal dos conteúdos e a forma das empresas comunicarem. Surgiram assim diferentes plataformas, para além da televisão, que permitiram obter conteúdos nos telemóveis, nos tablets, computadores, através de páginas de internet, de Apps (aplicações) e das redes sociais. Estes conteúdos tornaram-se verdadeiras commodities/matérias-primas, passando a valer dinheiro e a gerar retorno.
Mobile Edge em factos
• Kevin Benedict - do Center for Digital Intelligence – destaca a importância do trabalho de parceria que deverá ser feito no âmbito da privacidade de dados e dos dados in memory.
• Da parte da NOS Inovação, Augusto Silva explicou que cada minuto visualizado no Youtube representa três horas de vídeo que descarregamos, e que através da digitalização pretende-se tornar a vida das pessoas mais simples e facilitada.
• Hugo Lebre, da empresa Sitecore, destaca o facto de na atualidade ser possível a qualquer pessoa gerir conteúdos, e deu a conhecer as vending machines que já ‘falam’ com os consumidores, fornecendo-lhes informações sobre os produtos, de acordo com as necessidades apresentadas e sublinha que “o digital é o ponto de contacto das empresas, não há volta a dar”.
• Através da App Mundo Ageas foi possível conhecer a experiência do re-encontro entre clientes e empresas, com o desenvolvimento do cartão digital que cria e fortalece relações com os parceiros empresariais, através de uma App móvel. Elsa Tavares explicou que a partir daqui é possível “dar voz aos clientes, para que possam comentar, partilhar e dar sugestões”.
• Toni Markovski, da agência Mirium, explicou que em 2020 a IoT fará as empresas pouparem 1 milhão de biliões de euros, e que no mesmo ano 100 mil consumidores irão abandonar as Apps.
• Da parte da portuguesa Collide, Tiago Loureiro explicou que há nesta fase uma revolução dos “3Ss: sensorial, social e de simulação” e que embora a Realidade Virtual (RV) seja ainda uma aposta do mercado B2B e menos no B2C, a RV veio para ficar.
• Lubo Smid, da STRV, explicou a importância de criar soluções em tempo real para Apps e relembrou que as aplicações colaborativas fazem já parte do ritual diário das pessoas: messengers, Apps IoT, geolocalização em tempo teal (Uber, etc), redes sociais, jogos online.
• Vasco Pereira, da OutSystems, destacou a digitalização como uma questão de sobrevivência para as empresas e lembrou exemplos empresariais que não souberam acompanhar o mercado e fecharam, como aconteceu com a Kodak, Nokia, e Blockbuster.
• O entusiasta da transformação digital, Pedro Garcia, da EDP, abordou a tecnologia blockchain e a respetiva base de dados distribuída, a criptografia e as questões de privacidade e integridade dos dados.
• Jorge Soares deu a conhecer o IBM Watson e a parceria entre humanos e tecnologia que junta Inteligência Artificial e computação cognitiva.
O caso Mymanu
Danny Manu aterrou em Xangai e sentiu-se desorientado com a falta de compreensão da língua que falava por parte de quem o ouvia. A falha na comunicação foi tal que o fez perder o vôo seguinte. Nascia assim a ideia de criar os primeiros auscultadores de tradução em tempo real, do mundo, permitindo traduções simultâneas em diversos idiomas. Este é um exemplo da tecnologia a operar como ferramenta para a melhoria da vida das pessoas, um dos principais objetivos da Mymanu que quer diferenciar-se pela inovação colaborativa e manter-se constantemente atenta às pessoas, ouvindo-as, explicou o fundador da empresa durante o Mobile Edge.