O volume de negócios da Worten cresceu 25,7 por cento em 2009, face ao período homólogo anterior, para os 708 milhões de euros, segundo os resultados anunciados esta quarta-feira, dia 17 de Março, pelo Grupo Sonae.
A Worten fechou 2009 com um total de 132 pontos de venda em Portugal, tendo aberto 12 novas lojas e encerrado cinco. No mercado espanhol, esta insígnia detém já 14 pontos de venda, mais quatro que em 2008, que somam 34 mil metros quadrados de área de venda.
Por seu turno, a insígnia dedicada ao mercado das telecomunicações, a Worten Mobile, teve um desempenho também francamente positivo, com o volume de negócios a crescer, em termos homólogos, 38,5 por cento, para os 15 milhões de euros. Mais negativo foi o comportamento da Vobis, cujo volume de negócios não ultrapassou os 45 milhões de euros, o que representa uma quebra de 14,6 por cento face a 2008.
Globalmente, a divisão Sonae Specialized Retail, onde estas três insígnias se integram, a par da SportZone, Loop, Modalfa e Zippy, manteve um crescimento significativo das vendas, que aumentaram 21,9 por cento, para os 1.132 milhões de euros, uma consequência da forte expansão orgânica dos últimos 12 meses, com a abertura de 61 mil metros quadrados (77 lojas). Numa base comparável, as vendas diminuíram apenas três por cento, com o quarto trimestre a revelar um regresso aos valores positivos e apresentando um crescimento de dois por cento. Os crescimentos nos formatos de têxtil e de desporto mitigaram o desempenho dos formatos de electrónica, enquanto as operações em Espanha apresentaram, numa base comparável, crescimentos de vendas promissores e contribuíram com cerca de 13 por cento das vendas de retalho especializado em 2009.
“É com grande satisfação que analiso o desempenho da Sonae em 2009, uma vez que creio que não era de todo certo que seria possível manter a nossa internacionalização e objectivos de crescimento exigentes no contexto da crise financeira e económica”, avança Paulo Azevedo, CEO do Grupo Sonae. “Afinal, conseguimos dar resposta ao declínio do consumo privado de produtos não alimentares e à necessidade de reduzir a dívida, apresentando assim um ano com um aumento de seis por cento do volume de negócios, um aumento de oito por cento do EBITDA e uma incursão definitiva no mercado espanhol, ao mesmo tempo que melhorámos substancialmente os nossos rácios financeiros e reduzimos a dívida líquida. Além disso, mantivemos o nosso compromisso público de criar novos postos de trabalho (1.935 empregos) e aumentámos os salários relativos aos cargos de remuneração mais baixa”.
De acordo com o CEO da Sonae, na venda de produtos alimentares e não alimentares, a solução para manter o crescimento e a rentabilidade no mercado português baseou-se nos ganhos nas quotas de mercado. “Nos sectores onde dispomos de fontes de informação independentes e fidedignas, aumentámos a nossa quota de mercado em produtos alimentares e em electrónica de consumo. Foi possível conseguir estes ganhos graças ao nosso investimento contínuo em inovação e no reforço das nossas competências de base”.
A Sonae Modelo Continente, onde se incluem as insígnias de base predominantemente alimentar, e a Sonae Specialized Retail apresentaram um crescimento combinado de dez por cento, mesmo num contexto de declínio acentuado em certas categorias não alimentares e de uma deflação muito significativa dos produtos alimentares. “A internacionalização do nosso principal negócio de retalho contribuiu com 30 por cento desse crescimento e começou a apresentar valores significativos, 38 lojas e vendas no valor de 144 milhões de euros”, acrescenta Paulo Azevedo.
A Sonae Modelo Continente aumentou o volume de negócios em seis por cento, reflectindo o aumento de um por cento das vendas numa base comparável, o crescimento orgânico dos últimos 12 meses, com a abertura de 39 mil metros quadrados de área (89 lojas), o sucesso do cartão de fidelização e o significativo investimento em marca própria, a representar 23 por cento da categoria de bens de grande consumo.
Esta unidade de negócio também melhorou o EBITDA recorrente em seis por cento, representando uma margem sobre vendas de 6,4 por cento, desempenho que reflectiu o reforço da quota de mercado e melhorias de eficiência operacional, nomeadamente ao nível do sistema de logística e da gestão centralizada das compras.
Já a Sonae Specialized Retail diminuiu o EBITDA recorrente em oito por cento, representando uma margem sobre vendas de 4,2 por cento. Esta redução reflectiu, por um lado, o contínuo ganho de rentabilidade da operação em Portugal, mas também o investimento decorrente do crescimento orgânico da operação em Espanha. O objectivo para o crescimento internacional é atingir EBITDA positivo em 2012.
Para o corrente ano, a unidade de retalho especializado tem intenções de aumentar presença internacional, através do reforço de presença em Espanha, a concentrar mais de 70 por cento da área de vendas adicional planeada para 2010, e da possível configuração de um modelo adicional de internacionalização, baseado em franchising e outros modelos de menor capital exigido. Paralelamente, o objectivo passa também por consolidar quotas de mercado e rentabilidade em Portugal, mediante a cobertura total do mercado português com os formatos actuais, do aumento da eficiência e produtividade dos processos internos e da optimização das necessidades de fundo de maneio.
Quanto à unidade de retalho de base alimentar, esta irá continuar, segundo a Sonae, a assegurar o crescimento e uma posição de referência em termos de geração de cash flow e rentabilidade, através de várias acções, nomeadamente a implementação de uma política de arrendamento na sua expansão, sendo a maioria da componente imobiliária detida por terceiros, a optimização do fundo de maneio, pela redução do investimento em stocks, o reforço da proposta de valor, através de uma melhor implementação das iniciativas comerciais promovidas através do cartão de cliente, a implementação de programas de eficiência e de controlo de custos e a exploração de oportunidades de negócio adjacentes. Simultaneamente, a unidade está atenta a possíveis oportunidades de internacionalização, em mercados com grande potencial de crescimento mas com um retalho moderno incipiente, para uma expansão e crescimento orgânico.
Globalmente, a Sonae encerrou 2009 com um lucro de 94 milhões de euros, ou seja mais 17,1 por cento do que em 2008. As contas do grupo liderado por Paulo Azevedo bateram assim as previsões do mercado, já que os analistas consultados pela Reuters estimavam que a Sonae tivesse registado um aumento de apenas 12 por cento nos resultados líquidos de 2009, para 90 milhões de euros.