16.º Congresso da APDC junta novos operadores para debater os desafios do mercado
Para levantar o véu sobre as “Estratégias dos Challengers do mercado”, a APDC convidou Alireza Mahmoodshahi, CTO da COLT, Carlos Pacheco, CEO da Radiomóvel, João Martins da AR Telecom e Paulo Pereira, administrador da TVTEL. O debate decorreu no terceiro dia do congresso e foi moderado por António Coimbra, presidente da Apritel.
“Os clientes falam connosco e é preciso escutar o que eles dizem para saber quais os novos serviços e produtos de que necessitam”, observa Alireza Mahmoodshahi, responsável pelo departamento de inovação da COLT. A empresa pretende dilatar a presença no mercado português, focando-se principalmente no sector empresarial. “Aliás, a focagem é uma característica essencial para quem quiser sobreviver nas telecomunicações”, defende Alireza Mahmoodshahi.“A era generalista acabou, é preciso que nos foquemos e o nosso foco é o business to business (b2b). Queremos acrescentar valor ao nosso cliente.”
A COLT pretende dar cartas no que toca às Next Generation Networks (NGN). “A inter conectividade é o grande desafio que se coloca no momento”, considera a CTO da COLT, acrescentando que “o futuro assenta na convergência de serviços”.
A ZAPP, detida pela Radiomóvel em Portugal, entrou no mercado nacional em 2001 e já atingiu uma cobertura de 85 por cento do território através da CDMA 450 MHz. A marca pretende “ser um fornecedor de referência de comunicações móveis e nómadas”, diz Carlos Pacheco, CEO da empresa.
A ZAPP quer expandir a cobertura de EVDO, aumentar a capacidade da rede e instalar novos serviços (VoIP, serviços horizontais, serviços PIM), informou Carlos Pacheco.
Investimentos que representam mais de 120 milhões de euros.
Carlos Pacheco salientou que a entrada de novos operadores no mercado não só teve um impacto positivo nos preços como dinamizou a evolução tecnológica. “O lançamento do UMTS em Portugal só acelerou com a nossa entrada no mercado”, alega.
A AR Telecom, do grupo SCG, pretende fazer a diferença por assentar a sua oferta numa tecnologia baseada no wireless. Uma tecnologia também implementada pelo grupo SCG em Espanha e EUA. Portugal, através da AR Telecom, e Brasil, através da Acom, são as apostas mais recentes.
João Martins, representante da AR Telecom, frisou que a grande vantagem da tecnologia wireless é dispensar a rede de cabo, pelo menos “onde ela é mais onerosa”, na rua, e tira partido dela nos edifícios, onde é mais rápida. “Podemos chegar ao cliente a baixo custo e com mais rapidez, permitindo o triple play (TV digital, Internet de banda larga e telefone)”.
Por enquanto a operar apenas no grande Porto, a TV TEL vai estender os seus serviços também à grande Lisboa, no início de 2007. A operadora fornece o pacote triple play alicerçado na rede de FHC (fibra óptica e cabo coaxial).
Paulo Pereira, administrador da TVTEL, avança que “a operadora vai chegar aos 200 mil clientes este ano”, o que representa cerca de 20 por cento da quota de mercado local. A empresa terminará 2006 com um investimento total de 25 milhões de euros. A vantagem da TV TEL reside no facto de conseguir concentrar o serviço numa única zona, sublinha o administrador da empresa. “A nossa assistência ao cliente é muito rápida. Leva meia hora a percorrer a estrutura da rede de uma extremidade à outra.”
A TV TEL acredita que a distribuição de conteúdos de vídeo via Internet vai crescer rapidamente e vão melhorar a oferta ao nível de Internet nesse domínio. Paulo Pereira assinala que “as gerações mais jovens preferem os downloads aos canais Premium”. Razão pela qual não prevê que os canais Premium tenham um futuro promissor em Portugal.