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Tarde do segundo dia do Congresso da APDC abre com ponto de situação sobre tecnologia RFID
2006-11-16

Alberto Pimenta, dos CTT, João da Silva, da INFSO, João Lopes, da Siemens, José Aves Marques, da Link, José Duarte Vieira, da empresa que gere o Metro do Porto, e Martin Ilisley, da Accenture, discutiram, ontem, os desafios e potencialidades do sistema RFID (Rádio Frequency Indentity Device) na sessão da tarde do segundo dia do Congresso da APDC. Esta sessão, subordinada ao tema “Do RFID à Internet das coisas”, foi moderada por Mário Franco, consultor.

“Com uma capacidade de memória muito superior à de um código de barras e um tamanho que pode chegar à escala do nanómetro, são quase ilimitadas as potencialidades do RFID”, frisou João da Silva, da INFSO, na abertura da sua intervenção. Através de uma etiqueta electrónica incrustada num objecto é possível identificá-lo, dotá-lo de informação ou relacionar essa informação com uma base de dados. “No futuro espera-se que seja possível colocar essas etiquetas em rede, de modo a captar informação agregada.”

O grande desafio ao nível desta tecnologia prende-se com os perigos que encerra, nomeadamente quanto aos limites à privacidade humana, acentua o orador. João da Silva informou que, em Março deste ano, Bruxelas iniciou uma discussão sobre os limites de aplicação do RFID e os receios de que possa afectar a privacidade. Da mesma forma, a Comissão Europeia procurará traçar esses limites e averiguar o que se pode fazer em termos de pesquisa de modo a controlar a tecnologia.

Os CTT já usam e pretendem explorar ainda melhor as potencialidades do sistema RFID. Alberto Pimenta, director de estratégia e desenvolvimento dos CTT, assinalou que “o RFID, mais do que uma tecnologia de suporte, é um catalizador de eficiência e de valor para a empresa”, que entrega cerca de oito milhões de objectos postais por dia e gere uma frota de 3.340 veículos, que percorrem 210 mil quilómetros por dia para transportar esses objectos até ao destino.

Os tags colocados nos objectos postais podem informar sobre a localização no momento do objecto, de onde saiu, para onde vai, se foi danificado, ou se a entrega está atrasada. Alberto Pimenta lembrou que o RFID tem a vantagem de poder fazer a leitura do conteúdo de um contentor, sem que seja necessário avistar os objectos. Motivo mais do que suficiente para que os CTT continuem a apostar na implementação e desenvolvimento desta tecnologia.

João Lopes, da Siemens Business Services, salientou que a empresa trabalha há 20 anos com o sistema RFID, sendo uma ferramenta indispensável a favor da eficiência e da competitividade. O representante da Siemens não tem dúvidas de que esta tecnologia vai protagonizar uma curva de crescimento acentuada.

Numa viagem ao futuro, a Siemens imagina que um cidadão, em 2020, poderá ter um carro inteligente que alerte para a falta de pressão de um pneu. Assim que chegue à oficina de automóveis, o sistema RDIF instalado poderá detectar que o carro precisa de manutenção. No final, este indivíduo poderá pagar através do seu relógio. Da mesma forma que poderá comprar um casaco que se adapta à temperatura ambiente. Caso decida viajar, poderá ser identificado na fronteira, sem que para tal precise de parar.

José Alves Marques da LINK também pontuou a sua intervenção pelo elogio das possibilidades tecnológicas do RFID, já usado na Via Verde e nos telemóveis com NFC (Near Field Comunication). Por outro lado, o orador considera que a segurança e privacidade são os principais desafios que se colocam a esta tecnologia. José Alves Marques lembrou que “abdicamos da nossa privacidade sempre que usamos o GPS, o telemóvel ou a Via Verde”, por exemplo.

José Duarte Vieira, administrador da empresa Metro do Porto, falou do processo de introdução do Cartão Andante na cidade e respectiva zona metropolitana. Através do sistema RFID, os utilizadores podem, com um só cartão, utilizar o metro, os transportes suburbanos da CP, os autocarros públicos dos STCP e os autocarros das operadoras privadas. “Esta intermodalidade só foi possível porque houve concertação entre os 27 operadores”, sublinhou. Em contrapartida, as empresas usufruem de informações, em tempo real, de quantas pessoas estão a entrar num determinado terminal de autocarro, por exemplo. Com isto, “as empresas têm a vantagem de poder desenhar toda a sua oferta em função da procura em tempo real”, salientou.

Martin Illsley, director de pesquisa da Accenture, acredita que o sistema RFID apresenta vantagens claras, nomeadamente a optimização a gestão, quando numa empresa é possível fazer o seguimento dos vários processos, uma maior ligação ao cliente e a transformação dos produtos em serviços.

Para Martin Illsley, esta é uma área em que é necessário encontrar resposta a vários desafios, nomeadamente questões que se prendem com a propriedade de dados e a privacidade. Mas é, também, um campo que permite a aplicação de sistemas inteligentes em casa. “Numa época em que o envelhecimento da população é cada vez maior, são os sistemas com capacidade de monitorizar a actividade humana que permitem observar o que se passa num determinado local. O que, quando se trata de um idoso a viver sozinho, pode significar a detecção de uma queda, garantindo o auxílio em tempo útil”.

A aplicação da tecnologia RFID, de acordo com a intervenção de Martin Illsey, é benéfica não apenas no campo dos negócios, como também ao nível da intervenção social, onde é um bom instrumento de combate ao isolamento.


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L.Branca/PAE

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