A comercialização mundial de smartphones deverá descer 11,9%, em 2020, devido às consequências económicas causadas pela pandemia do coronavírus, segundo as estimativas da IDC, que perspetiva um volume de 1.200 milhões de unidades.
De acordo com a consultora, no primeiro trimestre, registou-se a maior queda anual de terminais em termos históricos, com uma descida de 18,2%.
Deste modo, a IDC revê em baixa a sua previsão para 2020, realizada em fevereiro, quando esperava uma descida de 2,3% nas vendas de smartphones. “O que começou como uma crise no lado da oferta evoluiu para um problema global no da procura. As medidas de confinamento em muitos países e o aumento do desemprego reduziram a confiança dos consumidores, que deram prioridade aos gastos em bens essenciais, impactando diretamente a aquisição de smartphones no curto prazo”, assinala Sangeetika Srivastava, analista senior na IDC.
Crescimento só em 2021
Por regiões, a IDC assinala que, embora continue afetada pela Covid-19, a economia chinesa mostra sinais de melhoria, à medida que se aliviam as restrições e os problemas de abastecimento. A maioria das fábricas e das lojas retomou a atividade, embora com limitações, pelo que se prevê que este mercado registe uma descida de um único dígito em 2020.
Em sentido inverso, a Europa está a ser fortemente afetada pelo novo coronavírus, especialmente países como Itália e Espanha, o que levará a contrações de dois dígitos nas vendas de smartphones este ano.
Ainda assim, prevê-se que as principais marcas mantenham a sua quota de mercado graças a estratégias como mais lançamentos estrela ou reforços no e-commerce.
A consultora acredita que o mercado de smartphones não voltará a crescer antes do primeiro trimestre de 2021. O 5G deverá funcionar como um catalisador de vendas nos próximos anos e desempenhar um papel essencial na recuperação das vendas no próximo ano.