As vendas globais de PC’s totalizaram os 73,7 milhões de unidades no terceiro trimestre, o que representa uma quebra de 7,7% face ao período homólogo de 2014, de acordo com os dados preliminares da Gartner.
Tanto os desktops como o segmento que combina os portáteis como os ultrabooks reportaram quebras, mais notória no caso dos primeiros. “O mercado global de PC’s sofreu aumentos dos preços na ordem dos 10% ao longo do ano, devido à forte valorização do dólar relativamente a outras moedas. No terceiro trimestre, esta continuou a ser a principal causa para a fraca procura nessas regiões”, analisa Mikako Kitagawa, consultor na Gartner.
Esta valorização do dólar impactou regiões como a Europa, Médio Oriente e África (EMEA), Japão e América Latina, que reportaram quebras de dois dígitos neste período. A Ásia Pacífico e os Estados Unidos da América (EUA) apresentaram-se mais estáveis.
Apesar do lançamento do Windows 10 ter acontecido no terceiro trimestre, teve um impacto marginal nas vendas. Os consultores da Gartner sublinham que o objetivo deste lançamento ter acontecido nestes três meses era a atualização dos PC’s existentes com o novo sistema operativo, pelo que a influência nas vendas acontecerá, apenas, no próximo trimestre.
A empresa de estudos de mercado adianta, ainda, que, não obstante os resultados do terceiro trimestre espelharem as fracas condições do mercado de PC’s, existem aspetos positivos a considerar. De acordo com uma pesquisa sobre tecnologia pessoal feita pela Gartner, 50% dos consumidores expressam a intenção de comprar um PC nos próximos 12 meses, comparativamente a 21% que indica querer comprar um tablet. Esta mudança nas preferências dos consumidores para os PC’s é visível nos dados preliminares, nomeadamente no mercado norte-americano. A recuperação deverá, assim, começar no quarto trimestre, quando as novas máquinas com Windows 10 começarem a aparecer.
De acordo com os dados, a Lenovo assegurou a primeira posição, com um aumento de quota de mercado para os 20,3%, apesar de uma queda de 4% nas vendas do terceiro trimestre. A região EMEA e o Japão foram desafiantes para a marca, que aí registou descidas de dois dígitos, mas que foram esbatidas pelo crescimento de 22% nos EUA.
A HP manteve a segunda posição, com a quota de mercado a atingir os 18,5%, apesar da queda de 4% nas vendas. A marca também teve dificuldades na região EMEA, compensadas pelo crescimento na Ásia-Pacífico e EUA.
Na terceira posição, a Dell viu as vendas estabilizarem face há um ano. A marca teve um bom desempenho na maioria das regiões, mas registou uma quebra de dois dígitos no Japão.
Quota de mercado dos fabricantes no 3.º trimestre (dados preliminares)
1. Lenovo: 20,3%
2. HP: 18,5%
3. Dell: 13,8%
4. Apple: 7,6%
5. Acer: 7,4%
6. Asus: 7,1%