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Oportunidades de financiamento em discussão no 16º Congresso da APDC
2006-11-16

A sessão subordinada ao tema “Oportunidades de Financiamento” teve como oradores Luísa Sanches, da Comissão Europeia, Nelson de Souza, gestor do PRIME, Nuno Vieira, analista financeiro do Millennium BCP, Pedro Eiras Antunes, do Banco Europeu de Investimento, e William Stevens, CEO e fundador da Europe Unlimited – Venture Capital. João Trigo da Roza, presidente da Associação de Business Angels, foi o moderador.

Luísa Sanches abriu a sessão referindo a importância que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) têm para a Política de Coesão. Actualmente, sete mil milhões de euros dos fundos do FEDER estão destinados ao investimento em TIC, através do apoio quer a projectos individuais quer a PME. A analista da Comissão Europeia alertou para o facto do investimento público funcionar como um exemplo,“uma primeira pedra que permite a realização de investimento privado”, e não como o principal financiador.

Para Luísa Sanches, a Política de Coesão, enquanto política regional, é essencial para levar a cabo a Estratégia de Lisboa, universalizando-a. Afirmou ainda que o investimento na Inovação e Conhecimento são prioridades da União Europeia para o período 2007-2013. Os 307,6 mil milhões de euros reservados para o investimento durante este período atingirão, depois de multiplicados pelo investimento real, os 800 mil milhões de euros, 500 mil milhões dos quais dirigidos a projectos que ajudem a implementar a Estratégia de Lisboa. Aquela responsável garantiu à assembleia que “as TIC representam o investimento no coração da inovação” uma vez que garantem um novo impulso ao crescimento da produtividade e competitividade das regiões.

A simplificação da Política de Coesão, de forma a torná-la mais eficaz e transparente, foi outro dos pontos focados por Luísa Sanches. Os fundos de Coesão, Desenvolvimento Regional e Social Europeu continuam a ter um papel determinante para atingir os objectivos da Política de Coesão, nomeadamente a convergência, competitividade regional e cooperação regional. A técnica da Comissão Europeia lembrou ainda a importância das sinergias, indicando o Fundo de Desenvolvimento Rural e o Fundo de Desenvolvimento Social como possibilidades de sinergia para as TIC.

Para Nelson de Souza, o financiamento ainda constitui um obstáculo à inovação. Segundo o gestor do PRIME, os mercados financeiros ainda continuam a apresentar falhas em actividades de carácter inovador e de maior risco, com uma capacidade de recuperação lenta, que em alguns casos pode atingir os 10 ou 12 anos. Nos últimos anos o PRIME recebeu 34 mil candidaturas, tendo actualmente 14 mil projectos aprovados, o que representa 14 mil milhões de euros de investimento associado, ao qual se juntaram 4,5 mil milhões de euros de investimento conseguido pelas empresas.

Para os próximos anos, o PRIME, seguirá as directivas comunitárias. “O Estado não pode substituir os mercados financeiros, tem de fazer com que actuem, dissipando os riscos percepcionados”, referiu Nelson de Souza. A esta ideia base junta-se uma lógica que dará cada vez maior peso ao investimento em detrimento do recurso aos subsídios e a certeza de que “o tempo de tudo para todos vai acabar”. “São os Estados com menos recursos que maior investimento devem fazer em Investigação e Desenvolvimento”.

A relação entre o nível de empreendedorismo de um país e o recurso ao mercado de capitais foi o tema de arranque da intervenção de Nuno Vieira. O analista financeiro do Millennium BCP fez uma retrospectiva sobre o comportamento do mercado de acções no final da década de 90, marcado pela “bolha que surgiu em 1999-2000”. O analista lembrou a euforia vivida nesses dias, quando, com o mercado no seu auge, os prémios de risco caíram. Nessa altura, as empresas de telecomunicações foram as que reflectiram os PER mais elevados, situação que se repetiu nas empresas de media e tecnologia.

De acordo com Nuno Vieira, as empresas de tecnologia têm um papel importante no mercado de capitais, mesmo que, nos últimos anos, essa situação esteja a mudar. No entender do analista, o desempenho das TIC na Europa reflecte actualmente a desilusão de um mercado que, depois de um período de optimismo, foi confrontado coma a falta de capacidade de entrega.

Apesar da progressiva perda de importância das TIC no mercado de acções, Nuno Vieira identificou sectores com possibilidade de crescimento, como é o caso da banda larga ou da TV multicanal. À audiência, Nuno Vieira indicou os vencedores de todo o processo, “aqueles que têm o maior acesso ao cliente final, quem possua uma maior base de clientes e a maior base de conteúdos”.

Nuno Vieira finalizou referindo que, num mercado que está mais racional, comparativamente com o que se passava em 1999, as empresas de tecnologias, telecomunicações e media “ainda têm perspectivas de crescimento, mas também de concorrência e risco”.

Já Pedro Eiras Antunes começou por explicar o funcionamento do Banco Europeu de Investimento (BEI), uma entidade comunitária sem fins lucrativos cujos accionistas são os diferentes Estados-Membros. Este responsável alertou para o facto de não haver uma correlação entre a actuação em cada Estado e o capital detido, porque o BEI partilha as prioridades estratégicas com a Comissão Europeia e que passam pela coesão económica e desenvolvimento.

O orador referiu ainda que, graças à sua estrutura única, o BEI tem capacidade para realizar financiamentos de grande escala, produzindo um efeito catalizador do investimento privado. Mais uma vez foi passada a ideia da necessidade de recorrer a várias fontes de investimento. No caso do BEI, o investimento pode ser feito de forma directa, em Mild Cup, ou recorrendo a capitais de risco. No caso dos Project Finance, a instituição comunitária tem capacidade para financiar projectos que impliquem maior risco.

Desenvolver projectos para gerar um negócio foi a linha de base da intervenção de William Stevens. Para o director e fundador da Europe Unlimited são necessárias muitas ideias para que surjam novas oportunidades. Empresas como a sua são o intermediário entre os investidores e as empresas de capital de risco, que não podem ser consideradas como a única fonte de financiamento. As universidades e os pólos tecnológicos a elas agregados foram referidos por William Stevens como potenciais parceiros quando os negócios têm por base as TIC.

De acordo com o fundador da Europe Unlimited, “há boas e más notícias para os empreendedores. A boa é que existe o capital de risco, a má é que é muito difícil de obter”. Algo que provou à assembleia ao referir o número de projectos aprovados anualmente, 300 à escala europeia. De acordo com William Stevens, para que isso aconteça, é necessário que os projectos obedeçam a regras específicas. “Têm de possuir tecnologia de topo, estar inseridos num mercado de crescimento rápido e apresentar um produto que seja competitivo”. A isto junta dois factores essenciais nos negócios das TIC, “gestão, gestão e mais gestão e dinheiro, dinheiro e dinheiro”.

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L.Branca/PAE

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