Congresso APDC: Governo vai criar grupos de trabalho para acelerar televisão móvel em Portugal
O primeiro dia de trabalhos do 16.º Congresso das Comunicações da APDC teve início com a sessão oficial de abertura, que contou com a presença de Paulo Campos, secretário de Estado Adjunto do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Raul Mascarenhas, presidente da APDC, Diogo Vasconcelos, presidente do 16º Congresso da APDC, e Viviane Reding, Comissária Europeia.
Paulo Campos destacou, na sua intervenção, a dinâmica do sector das telecomunicações em Portugal, sendo este o principal factor de sucesso. Esta dinâmica traduz-se, segundo Paulo Campos, pelo peso que o sector tem no PIB nacional, e que é actualmente de 5,8 por cento. O investimento anual em telecomunicações ronda os mil milhões de euros e é um sector que emprega cerca de 30 mil pessoas, quase metade das quais nos serviços postais. “A qualidade das competências nacionais nesta área tem sido reconhecida por grandes empresas internacionais que têm vindo a radicar em Portugal Centros de Investigação e Desenvolvimento, que induzem efeitos benéficos sobre o sector”, afirmou o secretário de Estado Adjunto.
O projecto da televisão Digital Terrestre foi ainda referido por Paulo Campos como uma iniciativa que contribuirá para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e uma oportunidade para o desenvolvimento de Portugal a diversos níveis, podendo também atrair investimento estrangeiro.
O secretário de Estado deixou ainda a promessa de criar grupos de trabalho, com o objectivo de propor medidas e soluções que permitam o aparecimento de projectos de televisão móvel em Portugal. Contudo, alertou, para atingir este objectivo, “temos que fazer uma aposta na altíssima qualificação das pessoas, e temos que criar e desenvolver centros de competência que são determinantes para a consolidação da nossa capacidade”.
O grande desafio para a 16ª edição do Congresso, lançado por Diogo de Vasconcelos, será “Pensar global, agir global”. Segundo ele, é neste contexto que as empresas nacionais do sector das telecomunicações devem encarar o futuro e conduzir os seus negócios. “Portugal é um pequeno país, mas dispõe de recursos tão bons, ou melhores, do que os parceiros europeus, pelo que tem capacidade de competir ao mesmo nível. É preciso, apenas, que as empresas tenham visão e se empenhem em definir estratégias que as conduzam a bom porto”.
O presidente do Congresso chamou ainda a atenção para os momentos mais importantes que são esperados durante este evento que, terá, este ano, um formato bastante diferente das edições anteriores. Nos segundo e terceiro dias, decorrerão em paralelo diversas sessões, o que permitirá uma cobertura de temas muito mais abrangente e diferenciada. Houve também um esforço, nesta edição, por trazer maior número de oradores estrangeiros. “São oradores de múltiplas áreas e competências, que trazem visões muito diferentes”, apontou ainda Diogo Vasconcelos. “Trata-se de trazer o mundo global para Portugal”.
Viviane Reding, representante da Comissão Europeia, não quis deixar de participar no 16.º Congresso das Comunicações. Na sua intervenção, através de videoconferência, a Comissária destacou a importância das TIC como motor de crescimento económico e o empenhamento de Portugal, através das medidas impostas pelo Governo de José Sócrates. A este nível, Viviane Reding destacou o aumento do número de utilizadores de Internet em Portugal que, ao contrário do que acontece noutros países da União Europeia, têm maioritariamente acessos de banda larga. Os preços nacionais são também, actualmente, dos mais baixos da Europa.
A Comissária mencionou também os principais pilares em que assenta o trabalho a realizar no âmbito do programa iEurope 2010 e sobre a importância de determinar as prioridades do VII Programa Quadro Comunitário para o apoio ao desenvolvimento económico. No que se toca ao iEurope, Viviane Reding destacou a importância de estimular o investimento em redes e comunicações, com a ajuda das entidades reguladoras, bem como de aumentar o investimento público e privado em investigação e desenvolvimento. Portugal ainda está, a este nível, muito abaixo da média europeia, com 0,25 por centp do PIB, face aos 1,3 por cento comunitários. Apesar disso, reconhece, muito tem sido feito no sector privado.