Um estudo elaborado pela GfK revela que, no ano passado, na Europa, o mercado da electrónica de consumo sofreu uma quebra de quatro por cento face a 2007.
Desde 1986, ano de início da análise, 2006 foi aquele que conheceu um maior crescimento (13%).
Segundo a GfK, os LCD registaram um crescimento de 28,2 por cento em unidades e de 8,4 por cento em valor, tendência justificada por uma descida de 15,5 por cento nos preços. Num mercado maioritariamente em recessão, os CRT são o produto com maiores descidas, tanto a nível unitário (-60,3%), como em valor (-67,6%). A maior descida de preço deu-se nos plasmas (-23,5%), enquanto os elementos Hi-Fi quebraram a tendência, com uma subida de preço na ordem dos 3,9 por cento.
No sector das televisões, os LCD ocuparam, em 2008, a maior fatia do mercado em unidades (84 por cento contra 71 por cento em 2007). Já os CRT conheceram uma descida a pique, de 22 por cento em 2007, para oito por cento em 2008.
Em Portugal, as tendências mantêm-se, com os LCD a registarem uma subida de 45 por cento para 61 por cento e os CRT uma descida de 50 por cento para 36 por cento. Apesar destes indicadores, ainda foram vendidos 300 mil CRT em 2008.
No sector do som, a GfK aponta o cinema em casa e os rádios despertadores como os únicos produtos com tendências mais positivas a nível europeu, num quadro geral de recessão. A subida de 8,9 por cento em unidades do cinema em casa é acompanhada por uma descida de preço de 9,7 por cento. Já os rádios despertadores subiram quatro por cento em unidades, mantendo o preço em 0,3 por cento. Os sinto-amplificadores e as colunas destacam-se como os únicos produtos a subirem o preço, em 7,4 e 3,7 por cento, respectivamente.
O ano de 2008 provou também que os europeus dão cada vez menos importância aos leitores de MP3, que registaram uma descida de 67 por cento em valor, ao passo que os inovadores leitores de MP4 cresceram na ordem dos 30 por cento.
Os resultados do recém-divulgado GfK TEMAX Portugal relativo ao quarto trimestre de 2008 confirmam estes dados, revelando que, depois de um ano marcado pela crise global, o sector da electrónica de consumo regista uma queda de 11,5 por cento. Este índice demonstra que o mercado de electrónica de consumo teve uma descida de 10,8 por cento face a um volume de vendas de 193 milhões de euros. O volume total da facturação acumulada é de 658 milhões de euros, o que representa uma queda de 6,9 por cento em relação ao total do ano anterior.
Segundo a GfK, os LCD representam mais de 50 por cento da facturação deste mercado, conhecendo um crescimento positivo de sete por cento em relação ao período homólogo. Segmento que não está em saturação, mesmo porque os preços médios estão em queda e o consumidor continua a substituir os CRT pelo LCD.
