O relatório de Janeiro sobre os programas maliciosos e potencialmente perigosos, realizado pela Kaspersky Lab através do seu sistema de monitorização de ameaças globais Kaspersky Security Network (KSN), confirma as tendências registadas no final de 2008. As vulnerabilidades dos dispositivos móveis e a Web 2.0 são já um objectivo claro dos criadores de malware, ainda que em Janeiro os ataques se tenham centrado nas aplicações de partilha de ficheiros.
Este método de propagação através das redes peer-to-peer e dos downloads multimédia tem-se mostrado extremamente eficaz. A presença simultânea no ranking deste mês de três downloaders não standard confirma a difusão massiva deste tipo de cavalos de Tróia, que aproveitam a atitude confiante dos utilizadores face aos ficheiros multimédia. Também é muito significativa a propagação de cavalos de Tróia que descarregam um executável disfarçado de codec durante a reprodução de um ficheiro multimédia e abrem acesso a uma rede, onde os utilizadores, inconscientemente, descarregam ficheiros infectados e os transmitem a outros utilizadores.
Quanto aos vírus, o mais relevante durante Janeiro foi a proliferação da família de worms Kido, que aproveita uma vulnerabilidade crítica do Microsoft Windows. A actual epidemia e o aparecimento de representantes desta família no Top 20 eram já previsíveis, dado o seu método de propagação, os indicadores quantitativos e dinâmicos do worm e o número de computadores potencialmente vulneráveis a esta ameaça.
No que se refere à distribuição percentual das ameaças por grandes grupos, confirma-se a tendência descendente dos cavalos de Tróia iniciada em meados do ano passado. Após um breve período de estabilidade, o grupo perdeu dez pontos percentuais face aos últimos dados de 2008, em benefício dos vírus, a categoria actualmente mais popular (50%). O malware também registou uma ligeira subida, de dez para 15 por cento.
No total, foram detectadas 46.014 ameaças durante o mês de Janeiro, mais 7.800 que em Dezembro.