Com as vendas de CD’s a afundarem, o modelo de negócio de música online implementado pelo iTunes da Apple a amadurecer rapidamente e a pirataria a não dar sinais de enfraquecimento, uma nova pesquisa da Forrest Research identifica um novo paradigma para o futuro da indústria de música europeia.
Este novo modelo de negócio irá, cada vez mais, apoiar-se no pressuposto de que os consumidores têm um maior acesso a música gratuita e que as editoras deverão apostar mais no licenciamento digital do que na venda directa de música, como fonte de receitas. Em 2013, a Forrester espera que o consumo de música digital represente a maioria do mercado (57%), com o licenciamento digital a gerar receitas adicionais de 1,2 mil milhões de euros.
Segundo Mark Mulligan, vice-presidente e director de pesquisa da Forrester Research, “a indústria da música está a evoluir de um paradigma de distribuição para uma era de consumo. Os princípios nucleares da ‘velha’ indústria da música, como as unidades enviadas e as receitas com as vendas de álbuns, são cada vez menos importantes no mundo digital on-demand. A indústria da música do século 21 é mais complexa e sofisticada. As receitas geradas com o licenciamento digital serão fundamentais para os novos modelos de negócios”.
De acordo com a Forrester, a única forma de derrotar o gratuito é com o gratuito. A pirataria online permanece como um dos grandes problemas, tanto mais que, entre os europeus com idades compreendidas entre os 16 e os 19 anos, a partilha de ficheiros está quatro vezes mais disseminada que os downloads pagos.
Por outro lado, a música social irá amadurecer e tornar-se numa peça central da paisagem digital, liderada pelo sucesso de ofertas como o MySpace.com. A Forrester prevê que a audiência europeia de música social mais que duplique, de 32 milhões em 2007 para 78 milhões em 2014.
Para atingir o mercado de massas, os serviços subsidiados são a chave. Com os consumidores mais jovens embrenhados nos sites de redes sociais para conseguirem a sua música, as audiências de massas irão consumir música gratuita através de ofertas subsidiadas, onde uma companhia, tipicamente uma de telecomunicações ou de electrónica de consumo, irá absorver a maioria ou a totalidade do custo para o consumidor. O Nokia’s Comes With Music (CWM) é uma primeira experiência destes serviços subsidiados.
“A indústria da música não está moribunda, mas a forma de fazer negócio está a mudar radicalmente", explica Mark Mulligan. “Cada participante desta indústria, seja ele uma editora, um fabricante de electrónica de consumo, uma empresa de telecomunicações, um fornecedor de ISP ou um retalhista, deve sair da sua zona de conforto e mudar a sua estratégia para conseguir uma fatia de uma pequena, mas mais complexa, indústria da música europeia”.