Protocolo entre o Governo português e a Intel resulta em consórcio para fabricar portáteis em Portugal
O Governo português assinou, no passado dia 30 de Julho, um protocolo com a Intel que viabiliza a constituição de um consórcio maioritariamente português para fabricar PC’s portáteis em Portugal. Esta será, de resto, a primeira empresa da União Europeia de concepção e fabrico próprio de computadores.
Os equipamentos têm por nome Magalhães e serão fabricados em Matosinhos, pelo consórcio JP Sá Couto-Prológica, em parceria com a multinacional Intel. O Magalhães é, segundo João Paulo Sá Couto, um computador portátil que permite o acesso à Internet com toda a segurança, tem uma autonomia de seis horas, é resistente ao choque e à água e trabalha com qualquer sistema operativo. É ainda dotado de um software adequado às capacidades e interesses das crianças entre os seis e os dez anos.
O novo computador é baseado na segunda versão Classmate da Intel, um portátil desenvolvido especificamente para o mercado da educação pela multinacional norte-americana. Na primeira fase de produção, 30 por cento da tecnologia do novo computador será nacional mas, até ao final do ano, o Magalhães deverá incorporar apenas tecnologia nacional, com excepção do microprocessador, que será da Intel. Segundo Luís Cabrita, da Prológica, para além do mercado nacional, poderá ser exportado para a África, a América Latina e a Europa.
Meio milhão de alunos do primeiro ciclo do ensino básico vão receber estes computadores portáteis, no âmbito do novo programa e.escolinha, no quadro do Plano Tecnológico. “O programa e.escolinha visa que todas as crianças tenham acesso ao computador Magalhães”, afirmou José Sócrates.
O Primeiro-Ministro referiu que se trata de “um computador de última geração tecnológica, nomeadamente o último microprocessador da Intel, pensado para as crianças, para resistir melhor ao choque e aos líquidos”.
O computador Magalhães será gratuito para os alunos que estejam inscritos no primeiro escalão da acção social escolar e custará 20 euros para as crianças do segundo escalão da acção social escolar. Para os alunos não abrangidos pela acção social escolar, custará 50 euros. Os primeiros Magalhães deverão ser entregues nas escolas já em Setembro.
A Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, explicou que serão as escolas a tomar a iniciativa de identificar os alunos interessados em aderir ao programa e.escolinhas. Posteriormente, os computadores serão entregues nos estabelecimentos de ensino, que os farão chegar a cada aluno previamente identificado. No programa e.escolinha, ao contrário do que acontece no programa e.escola, a opção de ligação à Internet é facultativa.
A distribuição destes portáteis aos alunos do 1.º ciclo é o culminar de um projecto que se iniciou há pouco mais de um ano. A 5 de Junho de 2007, o Governo português lançou o Programa e.escola, que se destina a promover a info-inclusão, proporcionando o acesso a computadores com banda larga a alunos do ensino secundário, professores e cidadãos adultos inscritos no Programa Novas Oportunidades. Quando entregou o computador número 200 mil, o Primeiro-Ministro anunciou a extensão do programa aos alunos do 7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade. Até ao momento, já foram entregues cerca de 250 mil portáteis com Internet.