A Sony está a reorganizar o seu negócio de televisão, que tem vindo a apresentar sucessivos prejuízos, e a dividi-lo em três grandes áreas, LCD, outsourcing e televisores de próxima geração, de modo a torná-lo mais rentável já no final do ano fiscal que terminará em Março de 2014. A empresa avança que esta divisão tem efeitos imediatos e torna a área de televisão mais fácil de gerir.
No seu plano de médio prazo, anunciado em Novembro de 2009, a Sony tinha delineado um plano para criar uma estrutura no âmbito da qual poderia alcançar uma quota de mercado de 20 por cento, no mercado de TV, equivalente a 40 milhões de unidades vendidas no final do ano fiscal terminado em Março de 2013. Este plano tinha por base a expectativa que o mercado dos televisores LCD manteria os seus níveis de crescimento, o que, contudo, não se veio a verificar. As regiões desenvolvidas, especialmente os Estados Unidos e a Europa, viram, desde então, as suas condições económicas deteriorarem-se fortemente e, ao mesmo tempo, existe agora um excesso de oferta de painéis LCD no mercado que não se verificava aquando do estabelecimento daquelas metas. Neste sentido, a Sony reviu em baixa as suas previsões de vendas para 20 milhões de unidades no final do ano fiscal terminado em Março de 2012 e vai implementar uma série de medidas para estabilizar e tornar rentável o seu negócio de TV, mesmo com este volume de vendas reduzido.
Para começar a transformar as suas operações de TV para uma estrutura de 20 milhões de unidades, a Sony espera ter de investir cerca de 50 mil milhões de yen, sobretudo para adaptação da maquinaria e equipamento, mas também para suportar custos relacionados com a redução do número de modelos. Estes custos irão reflectir-se nos resultados para o ano fiscal de 2011, em que a Sony espera vendas no valor de 875 mil milhões de yen e um prejuízo operacional de 175 mil milhões de yen.
Como resultado destas medidas, a Sony espera reduzir para metade as perdas do seu negócio de TV no ano fiscal de 2012 e regressar aos lucros no ano fiscal de 2013. Para alcançar estes objectivos, faz parte dos planos da companhoa aumentar a competitividade dos seus produtos e reformular as suas operações para melhorar o seu lucro marginal em aproximadamente 40 por cento. Nos países desenvolvidos, isto será conseguido através da melhoria do mix de modelos, enquanto nos países emergentes a empresa espera crescer acima do mercado com produtos especificamente desenhados para as necessidades destas regiões.
De acordo com a imprensa japonesa, a Sony está ainda a equacionar vender os 50 por cento que detém numa joint-venture criada com a Samsung para a área dos ecrãs de cristais líquidos (LCD e S-LCD), negócio que poderá concretizar-se até ao final deste ano. Fontes da indústria afirmaram à Reuters que a Sony esperava dissolver o negócio conjunto rapidamente, estando ainda por acordar com a Samsung em que prazos e termos. Os porta-vozes de ambas as empresas recusaram-se a fazer comentários.
