O desenvolvimento das redes sociais como fonte de conhecimento para as empresas, o cloud computing como motor do crescimento do negócio e a crescente importância da informação são três das principais tendências de um novo mundo das Tecnologias de Informação (TI)que agora começa a emergir.
Estas são algumas das conclusões do relatório “Accenture Technology Vision 2011”, que identifica oito tendências emergentes que vão desafiar os pressupostos sobre a forma como as TI estão a definir o ambiente empresarial. Elaborado pelos Accenture Tecnhology Labs, a área da Accenture responsável pela Investigação & Desenvolvimento, este estudo adianta ainda as acções necessárias para que empresas e administrações públicas de alto desempenho se preparem para um novo mundo na área da computação.
“A pesquisa efectuada demonstrou que o mundo das tecnologias da informação não se revê na actualidade”, afirma Gavin Michael, responsável mundial pelas áreas de I&D e Alianças da Accenture, que coordenou o projecto. “O papel da tecnologia enquanto mero suporte está a mudar, assumindo agora um lugar de destaque no desempenho do negócio e no enriquecimento da vida das pessoas, como nunca antes aconteceu”.
Uma das tendências mais significativas que o relatório identifica é o fim da era das aplicações tradicionais. Em alternativa, as plataformas vão ser escolhidas pela sua capacidade de gerir crescentes volumes de informação e pela complexidade da gestão de dados e não pela sua capacidade de suporte a aplicações.
As bases de dados relacionais já testadas não irão desaparecer, mas cedo vão começar a dar lugar a outros tipos de bases de dados, como as de streaming, que permitem a transmissão contínua de informação através de redes, um marco que assinala uma mudança significativa daquela que tem sido a prática dos departamentos de TI e dos utilizadores empresariais durante décadas.
“Os executivos vão começar a encarar as aplicações como ‘utilities’ que estarão sempre disponíveis e ao seu alcance”, afirma Pedro Lopes, Partner da Accenture responsável pela área de Tecnologia em Portugal. “Os papéis desempenhados pelas aplicações e dados vão ser invertidos, com a informação a tornar-se a plataforma de suporte às aplicações de serviços. Os executivos vão ser encorajados a reorientar a sua visão das TI para a ideia de plataformas de dados”.
O relatório prevê ainda a evolução das redes sociais para as chamadas “plataformas sociais”. Isto significa que os sites institucionais de muitas empresas podem vir a deixar de ser o primeiro ponto de contacto com clientes. Este facto tem o potencial disruptivo de alterar a forma como as empresas conduzem o seu negócio, impondo novos desafios e oportunidades para as TI. Por exemplo, as “identidades sociais”, fruto do historial de informação que os indivíduos partilham nas redes sociais, vão ser muito mais valiosas para as empresas do que a informação tradicional e isolada que é disponibilizada aquando do registo em sites corporativos.
A Accenture identificou ainda uma crescente discussão em torno do cloud computing, que se vai tornar tão difundida que o próprio termo vai ser redundante. De acordo com o relatório, as “nuvens híbridas”, software como um serviço (SaaS) e plataforma como um serviço (PaaS), em combinação com aplicações internas vão reforçar o papel central das TI no crescimento dos negócios.
O enfoque vai mudar das simples soluções de infra-estruturas para o desenvolvimento de estratégias de cloud que vão oferecer funcionalidades e flexibilidade acrescidas, através de um mix de aplicações em cloud públicas e privadas e de plataformas de serviços. Enquanto vários desafios se mantêm, o cloud veio para ficar e alterar por completo a área de TI nas organizações.
As novas tendências:
Os dados assumem o papel de plataforma;
A capacidade analítica vai dar origem a uma descontinuação do BI;
O cloud computing vai criar ainda mais valor às empresas;
A arquitectura de TIs deixa de ser centrada no servidor para se centrar no serviço;
A segurança das TIs vai responder rápida e progressivamente, em proporção às ameaças de violação;
A privacidade de dados vai adoptar uma abordagem baseada no risco;
As plataformas sociais vão emergir como uma nova fonte de conhecimento das empresas;
A experiência do utilizador vai ser o factor mais importante.