Em breve, o telemóvel vai ultrapassar o computador enquanto dispositivo mais comum para aceder à Internet, revela um estudo Initiative.
Um terço dos utilizadores de smartphones já elege este acesso se tiver que optar apenas por um tipo de ligação web e 60 por cento atribuem-lhes um uso doméstico.
“Unlocking the Power of Mobile” utiliza o painel de consumidores online, Connection Panel, através do qual a Initiative inquiriu 8.000 utilizadores activos de smartphones em Itália, Suécia, Reino Unido, EUA, Austrália, China, Índia e Coreia do Sul para compreender a utilização dos seus equipamentos móveis. Perante o cenário de dispor apenas de Internet através de dispositivo móvel ou somente de ligação via computador, um terço dos consumidores opta frequentemente pela primeira opção. Esta percentagem aumenta para quase metade quando auferidas as respostas dos “Inovadores”, os utilizadores tecnicamente mais avançados. “Este é um surpreendente elevado número de pessoas que optam pelos smartphones, tendo em conta que esta é uma forma relativamente recente de aceder à Internet”, afirma Sue Moseley, directora internacional da área Research & Futures da Initiative. “Estes resultados demonstram claramente como o dispositivo móvel se transforma na tecnologia de eleição. E esta tendência é ainda mais forte nos mercados emergentes da Índia e China”, adianta.
Na Índia, o estudo revela que 49 por cento dos consumidores e uns surpreendentes 69 por cento de “Inovadores” escolheriam o acesso via smartphone em detrimento do computador. Estes dados remetem, em parte, para o acesso limitado à Internet neste mercado.
O estudo Initiative demonstra que o acesso à web através de smartphones já não é uma actividade de nicho e torna-se, cada vez mais, numa parte central da vida de todos. Nos vários países, 65 por cento dos utilizadores destes equipamentos utilizam-os para se ligar à Internet todos os dias. Os consumidores norte-americandos são os mais activos, com 78 por cento a aceder diariamente e 62 por cento várias vezes ao dia, numa média de 50 minutos por dia.
“Unlocking the Power of Mobile” desfaz a ideia de que consumo de Internet via smartphone seja quase exclusivo no contexto profissional ou num “target” jovem. Ao nível dos grupos etários, o estudo da Initiative revela uma grande dispersão dos utilizadores destes dispositivos. O estudo conclui ainda que mais de 50 por cento dos inquiridos utilizam o equipamento, sobretudo, por motivos pessoais.
Contudo, ao contrário do que se possa pensar, a Internet acedida via smartphone não está a crescer em detrimento de qualquer outro media. A Initiative descobriu que 76 por cento dos utilizadores liga-se à Internet via dispositivo móvel a par dos outros acessos Web. Isto significa que a maioria dos utilizadores de smartphones utiliza a Internet para ocupar o “tempo morto” de outros media, para “multi-tasking” ou para a combinação de ambos. A Initiative detectou que o nível mais elevado de “multi-tasking” ocorre quando se vê TV, a ouvir rádio e a viajar, todos nos 50 por cento. Para além disso, 39 pr cento acedem à Internet com dispositivo móvel enquanto estão online num computador e 34 por cento enquanto lêem jornais e revistas. “Ao expandir a paisagem mediática, o dispositivo móvel oferece aos marketeers uma oportunidade única de os utilizar ampliando a comunicação existente e ligando os públicos-alvo em alturas relevantes do dia”, sublinha Sue Moseley.
O estudo Initiative descobriu que o acesso web via smartphone é mais frequente em casa do que fora do lar, com 60 por cento do uso de smartphones se registar doméstico. Isto mostra o quanto este mercado evoluiu desde a origem, altura em que o principal motivo para se ter um telemóvel era realizar ou receber chamadas na ausência de um telefone fixo.
Os utilizadores de smartphones estão agora “sempre online”. Ao longo da semana e fins-de-semana, 30 por cento dos utilizadores de smartphones iniciam o dia com Internet móvel e 45 por cento termina a jornada online. O momento em que a maioria dos inquiridos acede à Internet através do seu telemóvel dá-se enquanto relaxam em casa (64%) e a actividade número um são as comunicações sociais (27%), seguidas pelo e-mail (26%).
A Initiative também descobriu que as aplicações têm-se tornado num elemento fulcral de mudança no modo como as pessoas encaram os equipamentos móveis. A primazia para aspectos como voz, texto e e-mail dá agora lugar a todo um leque de novas funcionalidades. Uns impressionantes 80 por cento de utilizadores de smartphones realizaram o download de 13 aplicações tendo já 12 de origem no telefone. Destas, oito são usadas regularmente. A maioria das aplicações descarregadas são gratuitas, com 70 por cento dos consumidores a terem mais aplicações gratuitas do que pagas. A maioria dos inquiridos gostaria de receber aplicações de suporte a publicidade se isso significasse o download gratuito.