Estudo IDC sublinha atraso tecnológico das PME’s e quebra geral do investimento nas tecnologias de informação em Portugal
As PME’s representam actualmente 35 por cento do investimento em tecnologias de informação (TI) em Portugal, tendo investido 1,16 milhões de euros em 2009, o que representa uma quebra de 11,1 por cento face a 2008, afirma a analista de mercado IDC.
Para 2010, este montante de investimento irá reduzir-se em 7,1 por cento, num cenário de relativo atraso tecnológico face às suas congéneres europeias, de acordo com o estudo IDC “Investimento nas Tecnologias de Informação das PME Portuguesas”.
Esta situação não destoa da do mercado global de tecnologias de informação, que deverá registar uma quebra de 6,5 por cento em 2010, para 3,09 mil milhões de euros, depois de já ter registado uma redução de 10,3 por cento em 2009. Estes dados resultam de uma importante revisão das previsões IDC feita a partir de diversas fontes de informação, das quais se destacam entrevistas aos fornecedores de TI’s e uma pesquisa junto de utilizadores e consumidores. “Os dados agora divulgados têm em linha de conta os dados finais de 2009, nomeadamente o último trimestre, e mostram uma linha de tendência de enfraquecimento progressivo do investimento em tecnologias de informação, em resultado dos baixos níveis de confiança do mercado empresarial e consequente forte quebra do investimento”, afirma Gabriel Coimbra, Research & Consulting Director da IDC em Portugal. “Em 2010 essa tendência de redução deverá desacelerar e, em 2011, com todas as reservas que a volatilidade económica aconselha, poderemos ver uma recuperação tímida deste mercado.”
O estudo IDC “Investimento nas Tecnologias de Informação das PME Portuguesas” enquadra-se numa análise ao mercado de TI a nível europeu sobre a utilização das TI e o impacto na competitividade das PME, onde são inquiridos fornecedores e compradores de TI neste segmento. Em Portugal, nos últimos 12 meses, a IDC inquiriu quase 1.000 PME’s. Este estudo integra, por exemplo, uma análise de clusters onde foram definidos quatro grupos distintos numa escala de sofisticação dos investimentos em TI, definida a nível europeu. Os “retardatários”, que caracterizam as PME’s que possuem apenas uma infra-estrutura básica e muita relutância no investimento em TI, representam cerca de 27 por cento das PME’s europeias e quase 30 por cento das nacionais. Os que “esperam para ver”, e que representam as PME’s que possuem uma base tecnológica consistente para o suporte dos seus processos empresariais, mas que têm uma atitude conservadora no que toca ao investimento em novas soluções tecnológicas, agrupam a maior fatia do universo de PME’s europeias (36%) e quase 40 por cento das portuguesas. Os “seguidores” são as empresas caracterizadas por uma sólida infraestrutura tecnológica e uma forte propensão para o investimento em TI. Representam cerca de 16 por cento das PME’s europeias e 17 por cento das portuguesas. Finalmente, os “orientados à tecnologia”, que representam as PME’s mais sofisticadas no que diz respeito aos investimentos em tecnologia, reúnem 21 por cento das PME’s europeias mas apenas 13% das nacionais.