No próximo ano, após o sucesso no cinema, as expectativas serão que o 3D acelere e dinamize o sector da televisão, assim como incremente novas fontes de receita. Esta é uma das grandes tendências na evolução nacional das áreas de tecnologia, media e telecomunicações, apresentadas esta terça-feira, dia 9 de Fevereiro, pela Deloitte.
Contudo, alerta a consultora, é importante gerir as expectativas quanto ao impacto desta tecnologia, pois para o consumidor são experiências completamente distintas do cinema. Para o consumidor, também existem diferenças de acordo com as várias tecnologias adoptadas pelo sector, nomeadamente os óculos de lentes encarnadas e azuis (Anaglifo), televisores 3D com taxas superiores a 120Hz mais óculos especiais ou televisores 3D com óculos polarizados (low cost). A Deloitte espera que nos próximos dois anos exista uma consensualização de um standard de indústria.
Serão três os grandes temas com impacto na evolução nacional das áreas de tecnologia, media e telecomunicações em 2010, nomeadamente a “especialização” dos dispositivos, o desequilíbrio da cadeia de valor, com uma grande mistura ao nível dos conteúdos, dispositivos e dados, e, finalmente, um novo “fôlego” para os media tradicionais.
No entender da Deloitte, os fabricantes de dispositivos serão verdadeiros “fabricantes de experiências” e assumem uma posição de relevância face aos produtores de conteúdos. Esta mudança de paradigma acontece no âmbito de uma nova tendência de consumo, na qual os utilizadores preferem ter vários dispositivos para cada uma das suas necessidades e vivências, contrariando, assim, a ideia de convergência nos dispositivos.
O actual ambiente pode também dar origem a uma nova vida para os media tradicionais, uma oportunidade que se poderá concretizar ou não. Esta nova vaga enquadra-se numa tendência crescente do consumo de conteúdos, por um lado, com os indivíduos a despender cada vez mais tempo, por outro, com um crescente investimento na facilitação desse consumo por parte dos media.
Ao nível da imprensa vai existir um esforço para melhorar o cenário de resultados através da implementação de estratégia de pagamento junto do consumidor, destacando-se os “pay walls” (cobrança por acesso ao conteúdo) e micropagamentos (cobrança por conteúdos “um pouco de cada vez”). Contudo, e apesar desta vontade, apenas uma pequena percentagem dos títulos tentará implementar modelos por subscrição e a maior parte das receitas online continuará a ser da publicidade na web.
Ao nível da televisão destaca-se, apara além do 3D, o domínio da grelha de programação. No próximo ano, mais de 90 por cento dos conteúdos televisivos visualizados e mais de 80 por cento dos conteúdos de áudio ouvidos serão transmitidos em tempo real. O consumo linear continua a dominar face a outras tecnologias, nomeadamente gravadores de vídeo pessoais (PVRs), “pay-per-view”, televisão “on-demand”, “podcasts” e serviços de música online.