Virtualização, tecnologia HyperVisor, consumismo de tecnologia, self-service das TI, mobilidade, Cloud Computing e tecnologia verde, são estas as sete tendências tecnológicas para 2010 segundo a Citrix Systems, líder mundial na distribuição de aplicações virtuais.
No entender de Fernando Rodríguez, vice-presidente da Citrix Systems para o Sul da Europa, o ano de 2010 será fundamental para a recuperação económica e o momento ideal para atingir a redução de custos por parte de todas as empresas. “A virtualização de servidores será acompanhada do crescente interesse por novos modelos de TI o que irá proporcionar a convergência entre Internet e o conceito de mobilidade”.
Virtualização
Estima-se que o custo de aquisição de hardware e software por posto de trabalho seja de 20 a 30 por cento por ano e os restantes 70 a 80 por cento sejam referentes aos custos de gestão de TI do equipamento durante o seu ciclo de vida. A virtualização permitirá eliminar a necessidade constante de se repetir inúmeras tarefas de manutenção, garantindo aliás que todos os dispositivos serão actualizados com as versões mais recentes de software e de segurança ao mesmo tempo.
No entanto, em 2009, o conceito de virtualização viu-se obrigado a enfrentar diversas barreiras, quer ao nível económico como ao nível funcional, que limitaram a sua aprovação pelas demais áreas de negócio, nomeadamente a grave crise económica e a chegada do novo Windows 7. Com a entrada no novo ano e com os crescentes sinais de crescimento da economia, espera-se por parte das empresas nacionais uma maior sensibilização para a inserção desta tecnologia que permite prolongar a vida útil dos dispositivos.
Tecnologia HyperVisor
Uma parte fundamental da virtualização de desktops passa pela adopção do HyperVisor, uma recente tecnologia que permite que diversos sistemas operativos coexistam de uma forma totalmente independente num único dispositivo. Isto torna-se viável através da criação de diversos postos de trabalho virtuais locais baseados numa única camada. Em 2010, a Intel irá lançar um novo chipset VPro, já equipado com esta nova tecnologia, permitindo, desta forma, aos fabricantes de desktops comercializar equipamentos devidamente preparados e que facilitará a adopção do conceito de Virtualização.
Ao contrário de outras formas de virtualização de desktops, a virtualização por parte dos utilizadores não está dependente dos mesmos estarem ligados directamente a um servidor. Se se desligar o portátil da rede, como exemplo, a área de trabalho virtual continuará a funcionar, pois automaticamente irá aceder a outra rede mais próxima. Em suma, a virtualização para os utilizadores fornece a “peça que faltava” para as empresas na criação de ambientes virtuais seguros e que se encontram em constante movimento.
Consumismo de tecnologia
O consumo no sector das TI é a tendência mais influente hoje em dia. Os smartphones, em particular com o aparecimento e crescimento do iPhone assim como a crescente união dos laptops e dos ebooks às demais áreas de negócio e à vida quotidiana, colocaram o utilizador sobre fogo cruzado do conflito entre as tradicionais empresas de hardware e o desejo de cada um em utilizar a tecnologia preferida.
Neste sentido, os trabalhadores da geração digital vêm-se obrigados a alterar diversas vezes o seu equipamento pessoal pelo profissional como ferramenta de trabalho. Desta forma, cabe às empresas começarem a assumir e a respeitar os comportamentos de cada utilizador, mesmo que estes renunciem às políticas regulamentares impostas pela mesma.
Ao mesmo tempo que o consumismo de tecnologia aumenta, a era “on-demand” irá enraizar-se nas empresas, pois torna-se evidente a redução de custos possível através da introdução do conceito “Anytime, Anywhere”, bem patente no sucesso do iTunes com a sua disponibilidade de acesso.
Mobilidade
Segundo as previsões da Gartner, em 2010, 1.200 milhões de pessoas terão aparelhos móveis capazes de aceder à Web, tornando o comércio móvel num ambiente propício e importante para a mobilidade virtual. Nos próximos anos, vai-se assistir a um aumento da procura por novas aplicações compatíveis com os diversos dispositivos, desde netbooks, smartphones ou ebooks, o que levará à transformação da sociedade em termos de mobilidade. Por outro lado, assiste-se à crescente ampliação do nível de conexão dos pequenos dispositivos graças à virtualização de desktops e aplicações.
Cloud Computing
Persiste um elevado nível de ambiguidade global perante os serviços de Cloud Computing, mas 2010 promete, no entender da Citrix, ser o ponto de viragem para a desconfiança existente. Serviços como o Amazon EC2 ou o Google dominam todo o ambiente tecnológico, permitindo a introdução de novas tecnologias, como o Chrome, que prometem cimentar a tecnologia de virtualização de desktops como plataforma de computação massiva.
Os modelos de Cloud Computing privados (internos) e os ambientes de Cloud Computing hibrídos (públicos) estarão mais definidos e avançados, tornando possível a gestão destes conceitos simultaneamente. Será desta forma que os “datacenters” das organizações se irão converter em ambientes de Cloud Computing internos, ao contrário das PME’s que irão optar por ambientes de Cloud Computing externos para gerir os seus serviços de TI.
Tecnologia verde
O principal foco das TI é consistentemente atribuído à responsabilidade ambiental das empresas. Em 2010, esta tendência continuará presente, mas o desafio será ainda maior, com base no contexto económico que o mundo atravessa. Porém, através da consolidação de servidores e da simplificação de ambientes virtuais das TI, será possível atingir um menor consumo energético e uma maior eficiência por parte de cada dispositivo.