Portugal acolhe, de 22 a 24 de Abril, o 4.º Fórum Mundial de Políticas de Telecomunicações (WTPF). A realização deste fórum encontra um país que, na área das TIC (tecnologias de informação e comunicação), conseguiu, nos últimos anos, um grande salto no seu desenvolvimento.

Até há poucos anos atrás, o sector das TIC em Portugal caracterizava-se por alguns constrangimentos que atrasavam o seu desenvolvimento, nomeadamente a insuficiente concorrência entre as empresas, a incipiente utilização de tecnologia pelos cidadãos e administração pública e a baixa penetração da banda larga.

A esta situação reagiu-se com programas concretos. Segundo o 14.º Relatório de Implementação da Comissão Europeia, Portugal é, pelo segundo ano consecutivo, o Estado-membro com maior número de assinantes que usam operador alternativo para acesso directo e um dos países com preços de acesso desagregados mais baixos de toda a União Europeia (UE).

No que diz respeito à rede de cabo, Portugal tem uma cobertura de 50 por cento em zonas rurais, o que teve um efeito positivo no panorama nacional. A taxa de penetração do serviço móvel aumentou 14,63 por cento só no último ano, registando actualmente 140,4 por cento acima da média europeia, que é 119,1 por cento.

A taxa de utilização de banda larga também aumentou significativamente. Hoje, Portugal situa-se no terceiro lugar na UE no que diz respeito à taxa de penetração da banda larga (fixa e móvel). Em termos de velocidade de acesso, em 2006, apareceu a velocidade de acesso de 2Mbps e hoje, passados três anos, já há disponível a oferta de velocidade de 100Mbps. De destacar ainda que, em Junho de 2008, as ofertas de 2 Mbps, 4 Mbps e 6 Mbps, que eram as ofertas mais populares, encontravam-se, respectivamente, 13,6, 46,3 e 38,8 por cento abaixo da média dos países da UE.

A implementação do programa e-escola deu um importante contributo para o desenvolvimento da banda larga em Portugal, através da generalização da utilização de computadores portáteis por parte de professores, alunos e formandos do Programa Novas Oportunidades. Actualmente, o número de aderentes ultrapassou o 1.100 mil, tendo já sido entregues cerca de 750 mil computadores.

Com 100 por cento das escolas públicas ligadas à Internet, 39 por cento dos agregados familiares com ligação à Internet de banda larga e 90 por cento dos serviços públicos online, Portugal ocupa hoje uma sólida posição, a nível mundial, em termos de indicadores das TIC, tendo conseguido superar o desafio do atraso tecnológico que o caracterizou durante alguns anos.