Lâmpadas incandescentes com os dias contados 2007-06-26
20 por cento da energia consumida diariamente no mundo é gasta pelas lâmpadas. E quase metade é absorvida pelas incandescentes. Actualmente, segundo dados fornecidos pela Philips, 80 por cento da iluminação nos lares da União Europeia é feita com lâmpadas incandescentes, sendo vendidas, por ano, cerca de dois milhões destas lâmpadas. Mas esta tecnologia, que remonta já ao século XIX, desperdiça a maior parte da energia que consome em calor, que não serve rigorosamente para nada. O que significa que, se fossem adoptadas soluções mais económicas, seria possível poupar anualmente cerca de oito milhões de euros em energia eléctrica em toda a Europa e reduzir as emissões de dióxido de carbono em 20 milhões de toneladas por ano. A Austrália já deu o exemplo anunciando que vai substituir, progressivamente, em todo o país, as lâmpadas incandescentes pelas economizadoras, as chamadas fluorescentes, com uma duração seis a oito vezes maior e com um consumo de um quarto da energia para a mesma produção luminosa. Com esta decisão, o país pretende reduzir em quatro milhões de toneladas as emissões de dióxido de carbono, até 2012, e diminuir a factura da electricidade em 66 por cento. Esta medida inspirou também a União Europeia, pelo que a substituição das lâmpadas incandescentes já faz parte das recomendações no quadro de um Plano de Eficiência para a economia de energia. Lançada no passado mês de Outubro pelo comissário europeu da Energia Andris Pielbags, a recomendação ambiciona reduzir o consumo em toda a União Europeia em 13 por cento face aos níveis actuais, até 2020, esperando-se poupanças de cem mil milhões de euros e uma descida anual de 780 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Até 2010, os 27 Estados-membros estão obrigados a usar energia eficiente. Alguns governos europeus, como o belga, por exemplo, também já se mostraram favoráveis à proibição de lâmpadas incandescentes, assim como vários políticos alemães. Substuição das incandescentes significa reduções de 4% A iluminação representa, em termos médios, cerca de 12 por cento do consumo de energia do sector doméstico e 20 por cento no sector dos serviços a nível nacional. Os edifícios residenciais e de serviços são hoje responsáveis por mais de 60 por cento do consumo de electricidade. No seguimento do projecto EcoFamílias da Quercus, os dados apurados em Setembro de 2006 davam conta que as lâmpadas incandescentes são ainda predominantes, representando 45 por cento do total apurado. Lâmpadas estas cuja substituição, por outras de baixo consumo, significaria, para associação ambientalista, uma redução de quatro por cento nos gastos com iluminação. O mesmo projecto detectou contudo também uma maior utilização das lâmpadas de halogéneo (31%), o que já significa uma melhoria ao nível da eficiência energética relativamente às incandescentes. Mas esta poupança ainda pode ser melhorada. De acordo com os dados disponíveis, as lâmpadas fluorescentes compactas representam apenas cerca de 15 por cento do total de iluminação e as fluorescentes só nove por cento. Fazendo uma comparação do consumo de uma lâmpada incandescente e uma fluorescente compacta, num período de cinco anos, a Quercus concluiu que, não só o consumo de electricidade da primeira é muito maior (cerca de 730 kilowatts-hora contra 131,4 kilowatts-hora), como a quantidade a comprar neste período de tempo custará praticamente o mesmo que uma única lâmpada fluorescente compacta. Para além disso, ao fim dos cinco anos, a lâmpada fluorescente ainda vai durar mais de dois anos, enquanto a oitava lâmpada incandescente não chega a durar um ano. Leia o desenvolvimento do artigo na próxima ediçãoda Rm-Revismarket |