Portugueses vão gastar menos no Natal 2012-12-05
Os consumidores portugueses estão pessimistas e ansiosos, em resultado do contexto económico e das medidas de austeridade aplicadas no último ano. De acordo com as estimativas da Deloitte, o consumo privado não voltará aos níveis de 2010 senão no virar da década. 83 por cento dos portugueses classifica a situação do país como negativa, 73 por cento tem expectativas negativas quanto à sua evolução, 68 por cento confessa um menor poder de compra que em 2011, poder de compra este que, para 55 por cento, será reduzido em 2013. Como tal, este Natal vai ser mais magro. De acordo com o estudo Xmas Survey da Deloitte, em 2012, os portugueses vão gastar menos 13,5 por cento, cerca de 464 euros por lar, repartidos entre presentes, alimentação e bebidas e actividades de socialização. Uma tendência que vai ao encontro da indicada pelo Observador Cetelem, cujo estudo aponta uma redução de 35 por cento por cento nos gastos com presentes de Natal. Os resultados de ambos os estudos devem ser lidos à luz das diferentes amostras, metodologias e períodos de recolha da informação, mas as conclusões são similares. As medidas de austeridade estão a ter, claramente, impacto nos gastos de portugueses, com 52 por cento dos inquiridos pelo Observador Cetelem a confirmar que irão afectar as suas compras de Natal. De facto, de acordo com esta pesquisa, 63 por cento dos portugueses recorrem ao subsídio de Natal para as compras de presentes, mas um quinto já não o tem. Não é por isso de estranhar que 80 por cento dos consumidores afirme que vai gastar menos que no ano passado. O estudo da Deloitte, por sua vez, acrescenta mais alguns dados. A Deloitte prevê que o orçamento destinado aos gastos no período natalício deva diminuir este ano cerca de 13,5 por cento (530 euros em 2011), depois do aumento em 2009 e das diminuições mais tímidas em 2010 (-6%) e em 2011 (-8%). Comparativamente há três anos, quando se atingiu um pico na intenção de gastos, o orçamento cai 25 por cento. Em 2012, os portugueses terão cerca de 464 euros por lar para gastar, com grande parte a ser canalizada para compra de presentes (cerca de 233 euros), seguidos dos produtos alimentares (162 euros). Este é o primeiro ano em que, em valores absolutos, os portugueses têm a expectativa de gastar menos do que os alemães, que estimam um orçamento de 485 euros. Com menor orçamento disponível, as tendências são claras: um maior apelo das marcas de distribuição, das lojas de desconto e das promoções e o factor preço a torna-se determinante no momento da aquisição de um produto, com 95 por cento a considerá-lo decisivo e com os descontos imediatos a serem o programa de fidelização preferido. Leia mais tendências e as principais apostas das marcas para esta campanha no Dossier Especial de Natal publicado na última edição impressa da Revismarket, que agora lhe disponibilizamos online. |