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No que respeita à percepção da situação conjuntural em Portugal em 2006, as eleições presidenciais criaram algumas expectativas que esmoreceram ao longo do ano. Os portugueses parecem duvidar de melhorias na situação económica e são os mais pessimistas em toda a Europa, embora o estado de espírito tenha melhorado ligeiramente em relação a 2005. Os consumidores portugueses estão menos optimistas que a média europeia e a opinião sobre a situação financeira das famílias também expressa desânimo. Desde 1997 que a taxa de inflação aumenta mais depressa que os salários.

O rendimento médio por habitante em Portugal é o mais baixo da Europa Ocidental e o crescimento esperado entre até 2010 é também o mais fraco, na ordem dos 5,5%. Existem também fortes disparidades de nível de vida nas diferentes regiões portuguesas, marcadas por especificidades sectoriais. O litoral concentra a maioria dos rendimentos.

A taxa de endividamento das famílias portuguesas é muito elevada e deve-se em grande parte a crédito imobiliário. Depois de uma estabilização em 2002 e 2003, a taxa subiu novamente em ritmo acelerado. Os portugueses querem consumir mais do que os restantes países europeus. As intenções para poupar são mais fracas. Consequentemente, o saldo entre consumo e poupança é positivo.

A maioria das famílias portuguesas diz-se pronta a aumentar as despesas, mas revela-se pessimista quanto às possibilidades de poupar mais. Ao contrário de Lisboa e Porto, apenas o Algarve está optimista quanto ao aumento da poupança, mas em detrimento do consumo.

As famílias portuguesas fazem uma gestão apertada de orçamento. À excepção das compras de TV, Hi-Fi e telemóveis, todos os produtos registam uma diminuição nas intenções de compra para 2007. Viagens e lazer continuam com fortes intenções de compra e estão novamente no topo do ranking este ano. As intenções de compra das famílias portuguesas não são homogéneas, a nível territorial.

A compra de automóvel não é uma prioridade para os portugueses em 2006/2007. Apesar de uma recuperação tímida em 2004 e 2005, o mercado ainda não está no ritmo que tinha em 1999. Prevê-se uma recuperação lenta, que levará à venda de 230 mil automóveis novos até 2010.

No que respeita a obras de renovação e de decoração dos lares portugueses, as despesas neste tipo de produto registam uma tendência de subida regular de cerca de 2% ao ano (9% entre 2005 e 2010). Já as despesas em equipamento do lar não são uma das prioridades dos portugueses para 2007. A estagnação ou até mesmo a regressão das despesas em equipamento do lar deverá cessar à medida que a situação económica do país melhorar. O sector da electrónica de consumo (TV, Hi-Fi e vídeo) é um dos raros a recolher intenções de compra para 2007 superiores às do ano passado.

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