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Há apenas uma década atrás, os seniores eram efectivamente um grupo subconsumidor. No entanto, com o aumento da qualidade e esperança média de vida, o progresso tecnológico e científico e o acréscimo do poder de compra, a proporção inverteu-se completamente. Os seniores de hoje já não guardam o dinheiro debaixo do colchão, nem se reúnem nos jardins para jogar às cartas ou fazer crochet na sombrinha de uma árvore. De acordo com os dados do Observador Cetelem, este grupo populacional é hoje um sobreconsumidor, numa média de sete por cento. (...) Os seniores possuem um poder de compra 30 por cento superior à média, mas poderão vir a concentrar 60 por cento dos rendimentos até 2020.

São por isso um mercado a explorar, não só pelo seu potencial de consumo, mas também pela própria evolução demográfica que tem caminhado no sentido de uma população mais envelhecida. Qualquer empresa que queira assegurar o seu crescimento no futuro tem de rapidamente começar a responder às necessidades deste segmento da população, não tanto adaptando as suas soluções, mas antes criando e desenvolvendo propostas especificamente pensadas para estes consumidores. E, sobretudo, tendo em conta que os seniores de hoje em dia consomem de forma completamente distinta que os de antigamente.

(...)

Quais as áreas de negócio com potencial de crescimento?

Deste modo, os seniores representam um segmento de elevado potencial e que se vê a si próprio como indispensável para continuar a apoiar a evolução da sociedade contemporânea. Das viagens ao lazer, passando pelos serviços financeiros e de saúde, pela cosmética e tecnologia, são vários os mercados que poderão beneficiar com este segmento. Até porque, dada a sua dimensão, qualquer empresa deverá tê-lo em conta nas suas campanhas de marketing. Os números, de resto, falam por si. Não nos esqueçamos que, segundo a Nielsen, são os seniores quem decide as compras de 42 por cento dos lares portugueses e que, de acordo com a Millward Brown, controlam 70 por cento da economia mundial. A Brandkey revela ainda que o segmento acima dos 50 anos representa 25 por cento dos consumidores de jogos novos, 41 por cento da compra de automóveis, 56 por cento do entretenimento, 60 por cento dos cuidados de saúde e 80 por cento das viagens de luxo. Em tempo de crise, até podem fazer poupanças, mas não dispensam a beleza e a higiene pessoal (76%) ou a TV Cabo (74%).

Calcula-se que, nos próximos 15 anos, se as marcas se focarem no público-alvo dos 15 aos 34 anos, não irão assistir a qualquer crescimento. Em contrapartida, se a aposta recair na faixa etária dos 50 aos 69 anos, poderão aumentar o seu volume de negócios em 20 por cento, sem ter de crescer na quota de mercado.

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