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Sejam bem-vindos ao ano ZERO
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2009 foi o pior ano de que há memória recente em termos económicos, mas 2010 começa com os primeiros indicadores de que a economia está a melhorar.

E no sector electro em Portugal, como foi vivido o ano de 2009?

Foi um ano de dificuldades ou oportunidades?

O pior já terá passado ou estará ainda por chegar em 2010?

Quais as perspectivas dos profissionais do sector para este ano?

E o consumidor, como reage a este período e qual vai ser o seu comportamento?

Quais as empresas que sairão vencedoras e o que as une?

Quais as receitas para enfrentar este novo desafio?

Estas são as perguntas mais comuns num início de novo ano. Em colaboração com os seus leitores, a Revismarket fez um balanço de 2009 e uma antevisão de 2010 para o sector.

Este artigo foi baseado nas respostas que obtivemos de vários profissionais e que, no seu conjunto, traçam linhas de actuação claras que podem ajudar a alicerçar estratégias para 2010, um ano crucial que pode bem ser considerado o ano 0 da recuperação económica.

Sejam muito bem-vindos ao ano zero.

Se 2009 foi o pior ano de que há memória recente em termos económicos, 2010 começa com os primeiros indicadores de que a economia se está a dirigir para um caminho melhor. Mas se, tecnicamente, se pode dizer que muitos países já saíram da recessão, em termos reais, a recuperação parece incerta. Os empresários do sector inquiridos pela Revismarket consideram que, a concretizar-se, será só lá mais para o final do ano. 2010 vai continuar a ser um ano difícil e incerto, mas a opinião geral é que lançará as bases do futuro. A selecção natural do mercado atingiu o auge em 2009 e culminará neste ano separando o trigo do joio. As que ficarem serão empresas mais fortes, ágeis e versáteis, depuradas das “gordurinhas” do passado e mais aptas para enfrentar os anos vindouros. O que as une? A capacidade de inovar e de antecipar as expectativas do mercado.

E no sector electro em Portugal, como foi vivido o ano de 2009?

Em Portugal, o ano foi difícil para a maioria dos negócios, com a economia a sofrer importantes reveses. Na opinião de Susana Santos, directora de comunicação e imprensa do El Corte Inglés, o mercado, sobretudo o comportamento dos consumidores, “suportou importantes variações e os negócios, designadamente os de distribuição e retalho, tiveram de saber adaptar-se e reagir”. (...)

Não é por isso de estranhar que o ano que passou seja considerado pelos profissionais inquiridos pela Revismarket como “revelador” e, como o caracteriza José António Rousseau, director geral da APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, “no qual foi necessário resistir ao negativismo e demonstrar capacidade de resiliência”. 2009 ficou marcado por uma crise económica que não deu tréguas aos gestores de todos os sectores de actividade e que foi determinante para uma análise interna das empresas, relativamente aos seus processos e estratégias de gestão, com consequentes modificações. “Tratou-se de um ano atípico, mas que serviu de teste às empresas e pessoas”, concorda João Paulo Ferreira, director geral da Sonicel. (...)

Acima de tudo, 2009 fica ligado à incerteza quanto à projecção desta mesma crise no mercado, o que, no entender de Isabel Salzmann, directora comercial da MEI Europa, provocou “reacções de medo e precaução que agravaram mais a economia do que a crise em si”. Este foi um ano de grandes desafios, em que as empresas se tiveram de reinventar e, sustenta Claudia del Castillo, sales manager da Magirus, “ver a crise como uma oportunidade, diferenciando a oferta, apostando em serviços e soluções inovadoras e rentabilizando os seus custos”. (...)

Por exemplo na cadeia de bricolage iZi. Miguel Almeida, director geral da insígnia, confirma que, num ano desafiador, as dificuldades do mercado levaram a empresa a inovar em marketing. “Realizámos a maior campanha publicitária alguma vez feita neste sector, adaptámos a nossa cadeia de custos a novas realidades e praticamente anulámos o efeito do decréscimo da procura”. (...)

O que dizem as projecções?

Claudia del Castillo é um dos muitos profissionais inquiridos pela Revismarket que se atreve a antever que 2010 seja um ano de recuperação, mas não a antecipa antes do segundo trimestre. Uma previsão que se mantém constante este ano é a do desemprego que eleva, ainda mais, os níveis de exigência do consumidor quanto ao retorno dos seus investimentos. (...)

O regresso da inflação a valores positivos é para Nuno Almeida, responsável de marketing em Portugal das marcas De’Longhi, Ariete e Kenwood, um bom sinal da recuperação da economia, mas estes valores, na opinião de Ricardo Pinhão, estão essencialmente relacionados com o custo dos bens essenciais e combustíveis, não reflectindo a realidade do sector. Da mesma maneira que David Ruah considera o crescimento de 0,7 por cento do PIB demasiado reduzido para ter reflexos na actividade e insuficiente para gerar emprego e manifestar um ânimo na economia.(...)

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