O seu dinamismo e simpatia são as maiores qualidades pessoais que Telmo Silva reconhece em si próprio. Às quais contrapõe a dificuldade em delegar, o seu pior defeito. Com 31 anos, Telmo Silva representa a segunda geração de empresários do sector dos electrodomésticos. Na Álvaro Electrodomésticos Lda, é responsável pelas compras e pelo departamento AVAC. Tarefas que lhe deixam pouco tempo livre, o qual é passado com a família, uma das suas paixões. A segunda, reconhece, é a sua empresa.

Filho do fundador, Telmo Silva desde cedo começou a contactar com o sector dos electrodomésticos. Mas o parentesco não lhe valeu o lugar cativo, tendo feito o seu percurso na Álvaro Electrodomésticos como outro funcionário qualquer.

Após a conclusão da licenciatura em Gestão na Universidade Autónoma de Lisboa, em 1999, entrou para a organização como chefe de loja. “Apesar de alguns convites, não resisti a começar a trabalhar de imediato na empresa da família, coisa que até hoje não me arrependo nem um pouco”. Dois anos mais tarde assumia as compras e mais tarde o departamento de climatização, uma nova actividade na empresa, que coordena na totalidade, até aos dias de hoje, em simultaneidade com as compras.

A gestão de ambas as tarefas e a coordenação de 15 pessoas garantem-lhe 50 a 55 horas de trabalho semanais. O dia de trabalho começa às nove horas, “se não antes”, e não tem previsão de saída. “Desde Janeiro, estou no escritório todas as terças e quartas-feiras, com reuniões de fornecedores a partir das 10 horas e de hora e meia em hora e meia. Nos restantes dias não aceito marcações e estão destinados às lojas, orçamentos, aos meus clientes e ao reinventar do negócio que considero fundamental”. Tem a seu cargo quatro lojas das quais duas são de electrodomésticos, uma em Abrantes e outra no Entroncamento, uma mista de electrodomésticos e mobiliário e outra de cozinhas, ambas no Entroncamento. O que não deixa margem para tarefas monótonas. “Para quem trabalha com a minha paixão, é impossível haver dias rotineiros. Acordo de manhã a pensar ‘hoje vai ser assim’ e quando chego a casa, no final do dia, não fiz nada daquilo que tinha projectado, mas um sem número de coisas diferentes que me apareceram durante o dia”.

Para além de “vestir a camisola”, é necessária uma boa dose de rigor, optimismo e precaução, informação q.b. e uma visão clara do negócio. O objectivo é tentar comprar bem para vender melhor e inovar. Não indicando nenhuma tarefa de que desgoste, avança que o que mais lhe agrada no seu desempenho é criar, dinamizar e motivar.

Trabalhando lado a lado com o fundador, a gestão das ideias de duas gerações de empresários é feita através do “equilíbrio entre a experiência e a inovação, do respeito pelo espaço de cada um, da troca de ideias e de pontos de vista, o que normalmente se traduz em acordo”.

Leia o desenvolvimento na edição impressa nº 22 da Revismarket