Este é o resultado do Mercer Total Compensation Portugal 2015, o maior estudo nacional sobre as tendências de compensão e benefícios. Contrariamente a 2014, os resultados apontam para uma diminuição dos incrementos salariais, na base dos 1.60%, nas funções de topo e nas funções de menor responsabilidade.

Segundo o estudo Total Compensation Portugal 2015 realizado pela consultora Mercer, que analisou 112.677 postos de trabalho em 307 empresas presentes no mercado português, a descida dos incrementos reais situa-se ao nível das funções de Direção-Geral/Administração, Administrativos e Operários, com descidos entre os 1.60% e os 0.02%.

Estes resultados negativos são analisados por Tiago Borges, responsável da área de estudos da consultora, em comunicado enviado à Revismarket “verifica-se uma tendência para uma maior penalização dos níveis funcionais com maior responsabilidade em períodos de recessão, bem como uma recuperação mais acentuada em períodos de expansão da atividade económica.”

Todas as restantes famílias funcionais obtiveram ligeiras subidas registadas (entre os 0.25% e os 1.52%), analisando-se ligeiro descida em relação a 2014. Por sua vez, as funções de Chefias Intermédias e Diretores de 1ª Linha obtiveram a maior variação salarial (1,52% e 0,73% respetivamente).

Conjunturalmente, e devido ao ciclo de ajustamento económico que caracterizou os últimos anos, verificou-se um número excecionalmente elevado de empresas a congelarem os incrementos salariais, a atingir os cerca de 22%, como medida de redução do peso da massa salarial na estrutura de custos das organizações. No entanto, segundo o estudo apresentado, as empresas estão a voltar a praticar, por norma, incrementos salariais positivos, o que reflete a preocupação em as empresas recuperarem competitividade nas estruturas de remuneração, após um período onde a preocupação dominante foi o reequilíbrio financeiro.

Com 60% das empresas a prever manter o seu efetivo de colaboradores em 2016, cerca de 26% demonstra, mesmo, a sua intenção de aumentar o número de trabalhadores.

Principais Benefícios atribuídos pelas empresas em Portugal

O Plano médico constitui-se como um dos principais benefícios atribuídos aos colaboradores, sendo disponibilizado por 92% das empresas participantes do estudo. O seguro vida é disponibilizado por 74% das empresas, seguindo-se a atribuição de dias de férias extra em 65% das empresas participantes do estudo. Em 54% é atribuído o seguro de acidentes pessoais, seguindo-se o plano de pensões com os 44%.

Análise salarial dos Recém-licenciados

O ambiente cada vez mais competitivo e seletivo nas empresas origina, como consequência, uma necessidade imperiosa de, por um lado, rentabilizar os recursos existentes e, por outro, identificar os melhores talentos que garantam a prossecução e a consecução dos objetivos estratégicos a que se propõem, procurando retê-los e motivá-los, o que tem sido um desafio para as empresas.

Em relação à análise salarial dos recém-licenciados, o estudo Total Compensation Portugal 2015 apresenta que, no seu primeiro emprego, o valor situa-se entre os 11.950€ e os 18.177€, apresentando uma diminuição face ao ano anterior.

Colaboradores Expatriados

No que respeita à população expatriada, verifica-se que é o cargo de Diretores de 1ª Linha que apresenta o maior número de colaboradores expatriados (3%). No âmbito desta função, é possível observar ainda uma maior percentagem de expatriados com contrato de expatriação baseado no país de origem (2%), do que no país de acolhimento (1%).